quarta-feira, 25 de setembro de 2024

OPINIÃO / SHOW OFF ALARANJADO

Imagem: Internet
Desde a tomada da posse a 2 de abril de 2024 que este governo se colocou, ‘humildemente’, na posição de vítima e tudo tem feito com o objetivo de provocar eleições antecipadas, empurrando a responsabilidade, com toda a ‘humildade’, para terceiros.

A saber, com humildade, o pretérito:

“… Queremos negociar com todos os partidos com acento parlamentar, mas com toda a ‘humildade’ o dizemos: sem desvirtuarmos o nosso programa”. Leia-se: ou fazem como nós queremos ou… não há nada para ninguém, vamos a eleições que é o que todos, todos, mesmo todos vocês (oposição e nós AD) querem(os). Talvez queiram, a ver vamos? – O tom da campanha estava dado.

Longe vá o agouro, estamos nos antípodas, mas há (na atualidade) por aí um ‘senhor da guerra’ que diz exatamente o mesmo: “aceitamos negociar a paz, mas tem de ser nestes termos…” ou é como eu quero, ou não há paz para ninguém!

Esta AD está a revelar-se habilíssima na luta pela manutenção do poder e, desde que venceu, legitimamente, as eleições (por um deputado), lançou-se aberta e ferozmente – ‘com toda a humildade’ –, em campanha eleitoral sem olhar a meios: foi ao mealheiro que o país tinha (em 02/04/24), para eventuais situações difíceis e, plin plin plin plin… este já lá vai –, distribuiu € para tudo e todos os que votam. Veremos se, por exemplo, haverá dinheiro para ajudar as vítimas dos incêndios desta negra semana. A ver vamos?

Mais uma desgraça, um acidente com um helicóptero do qual resultaram, infelizmente, cinco mortos e lá foi o PM a correr ao Douro e, num bote, sem o mínimo (não lhe queremos chamar de falta de pudor) de reserva, digamos assim; disse ao país: que estava ali a ‘trabalhar’ em solidariedade com as autoridades e a apresentar os sentimentos à família enlutada. O que importa nestas situações é mostrarmo-nos nos telejornais de preferência das 20h e nos comentários que, sem fim, se lhe seguem. É assim a vida de um político astucioso.

Em mais uma semana trágica, pintada com as cores que o fogo marca – segundo dados da Proteção Civil 7 mortos e 188 feridos, 15 dos quais em estado grave – lá estiveram o Presidente da República a presidir a um do Conselho de Ministros extraordinário para os incêndios que, espremidas as conclusões, apenas serviu para mostrar que se ‘fazia alguma coisa’, enfim, agitavam-se as autoridades, para português ver.

Também disse o PM, nestes tempos negros e enlutados: “não perdoaremos os incendiários” (alguém perdoou?) e, em conformidade, irá ser criada uma equipa (mais uma) para averiguar e prender os incendiários! – Qual a utilidade da medida? As policias, o ministério público e os tribunais não estão já a trabalhar há muito tempo, tendo um acumulado de experiência adquirida na prática prendendo, acusando e julgando N pessoas? Mas continuou e referiu que “há interesses instalados na ativação dos incêndios” (!...), mas não concretizou. Ora, como acreditamos que Luís Montenegro, literalmente, se referia aos incendiários, mas não concretizando as suas suspeitas, o seu posicionamento acabou por ser inadequado para um político de primeira linha, como um Primeiro-Ministro. Não se pode lançar insinuações de maneira leviana. Se realmente tem conhecimento de alguma coisa, a sua obrigação é de a reportar às autoridades competentes. Fazer como o fez é puramente um exercido de demagogia barata.

O PM esbracejou, agitou-se, enfim, quis mostrar que liderava – tudo show off –, campanha eleitoral e caça ao voto. Mas atenção, com toda esta vertigem de irem ao pote dos votos, ainda acabam por cair lá dentro.

Em jeito de conselho – quem somos nós criaturas da plebe – crie uma equipa para fazer um plano (que pensamos já existir, mas enfim, mais equipa menos equipa…) para o ordenamento e gestão da floresta; outra para fazer um plano para a agricultura; outra, ainda, para fazer a gestão da água e, por fim, verta os resultados num verdadeiro Plano Nacional, dotado de verbas para ser efetivamente concretizado.

Agindo desta forma no planeamento, na prevenção e no desenvolvimento estruturado do país. Estamos certos de que se o fizer terá um lugar assegurado na História de Portugal, ombreando com o seu ex-colega Marquês de Pombal.

Com toda a humildade.


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