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O Mundo está nas nossas mãos. Façamos a PAZ. |
Esta é a palavra incontornável do ano 2016 e, está
aí, para durar.
Há já muitos anos que não ouvia falar tanto de terrorismo
como hoje. Estive na guerra colonial em Angola e lá, sim, o terrorismo estava
presente em todas as conversas, horas e lugares.
Mas, com vontade e à força, os militares fizeram o 25 de
abril e acabaram com a guerra. E, com o fim da guerra, o termo “turra” deu
lugar ao guerrilheiro. De então para cá quase deixámos de ouvir falar em
terrorismo, só raramente e a propósito de um ou outro avião raptado é que
ouvíamos tal palavra.
Hoje, não. O terrorismo é uma realidade global e, tal
como no tempo das guerras coloniais, está presente em todas as conversas, horas
e lugares. Ainda não chegámos ao ponto de termos a perceção permanente de que o
inimigo está a olhar para nós aqui, ali, mais à frente ou acolá. Mas já não
falta muito!
Vejamos: a guerra de
guerrilha é um tipo de guerra, não convencional, que tem como características
principais a grande mobilidade dos seus membros que se misturam com as
populações – vivem no meio delas – e dissimulam-se facilmente; uma só pessoa ou
pequenos grupos de homens (hoje em dia até crianças são usadas neste tipo de
ações), pior ou melhor armados, conseguem combater grandes exércitos com muitos
meios militares e rios de dinheiro. As grandes cidades, ocidentais – hoje em
dia – são disto um exemplo: polícias e exércitos armados até aos dentes (sendo
Paris, para mim, o exemplo mais chocante) e receio bem que isto se reforce e
alargue a todo o Mundo se, rapidamente, nada for feito.
Mas, atenção, porque também
nos diz a história que a guerra de guerrilha não se vence à força das armas. Só
a alteração das políticas e o diálogo podem, na generalidade, pôr cobro a este
estado de coisas. Sobram depois os casos mais isolados e pontuais, aí sim, a
força resolve-os. Mas também aqui, atenção, é necessário sujar as botas no
terreno, não basta atirarem-se bombas do ar, por maior e mais sofisticadas que
sejam as esquadras aéreas e as tecnologias.
E para que tudo isto, o que
não é pouco, faça sentido e tenha êxito, é igualmente necessário que o outro
tipo de terrorismo (que abunda por aí) acabe com a venda de armas aos
terroristas e os políticos deixem de fazer discursos hipócritas a acusarem-se
mutuamente na ONU, porque se não existirem armas não há guerra.
Termino elogiando o Presidente
da Colômbia, Juan Manuel dos Santos (é o melhor exemplo da atualidade do que
acima se diz), que ao fim de 50 anos de guerra de guerrilha no seu país e,
através do diálogo, acabou com a guerra.
Haja fé e esperança na boa
vontade dos homens e o Mundo ‘brevemente’ ver-se-á livre deste flagelo.
Foto: Internet