Imagem do Concílio de Terento retirada da Internet |
PROBLEMAS DE ANTANHO E DOS NOSSOS DIAS LEVANTADOS PELO CELIBATO
Começo estas linhas, de humilde opinião, por dizer que só recebe o Sacramento de presbítero, quem de livre vontade o deseje. Logo, um homem quando aceita ser padre, sabe ao que vai.
Posto isto, há que reconhecer que Deus fez os homens/mulheres seres sexuados com todas as consequências inerentes ao género humano. Assim e decorrendo deste princípio, todo o ser humano vive em tensão sexual iminente, o que faz que seja muito difícil, (talvez até impossível), ele resistir à atração e estímulo sexual que o outro exerce sobre si.
Cada vez que a Igreja fala sobre sexualidade, mais se afunda no buraco que abriu quando no ano de 306, no Sínodo de Elvira - Granada, na então Espânia romana, onde estiveram os Bispos espanhóis e portugueses - impôs o celibato e o referendou definitivamente, no Concílio de Terento (1545-1563). Criou, com isto, um problema moral à Igreja que se arrasta até aos nossos dias. Esta realidade é de tal monta que, o Papa Francisco há pouco tempo, se viu na necessidade de, através de um decreto, afirmar que, homossexuais não podem ser padres.!
E os heterossexuais podem, pergunto-me? Heterossexuais ou homossexuais, sejam eles o que forem. A questão da moral mantém-se.
O facto de os Cardeais pertencerem às gerações mais velhas e por isso não possuírem já o impulso sexual dos mais novos e, também, porque a idade faz de nós conservadores por natureza, leva a que já não estejam tão predispostos para este debate que as sociedades estão a fazer. Não quer isto dizer que não entram no debate, não. Eles estão lá, como é óbvio. Mas não o fazem com o espírito reformador da juventude.
Atente-se também, na falta de novas ordenações de sacerdotes - na atualidade - há, até, zonas do país onde se ordenam mais diáconos residentes (casados) do que padres! Aqui está, dentro da Igreja, outra grande razão para a Instituição ver e meditar na questão e, quem sabe, com a graça do Espírito Santo, se venha a renovar mais cedo do que é suposto pensarmos. Mas, por enquanto é infelizmente, mais uma vez, a Igreja a deixar-se ultrapassar pelos acontecimentos.
A meu ver este problema só deixará de existir quando a obrigação do celibato for revogada e os padres poderem em condições de igualdade, com as outras pessoas exercerem a sua sexualidade livremente - dentro dos princípios morais da sociedade - podendo, os que entenderem serem castos e os que, também, o entenderem, serem heterossexuais ou homossexuais.
O que o clero não pode ter dentro de si, pelo mal que isso faz às crianças, ao nível psicológico de destruturação do equilíbrio emocional e sexual em formação e que, se irá projetar pela vida fora destes seres, é pedófilos; até porque não é permitido, e bem; por isso, estas pessoas devem ser reprimidas pelas leis em uso nas sociedades.
Penso mesmo que é este o real problema da Igreja. E ele só será, parcialmente, resolvido quando a Igreja o denunciar publicamente, de imediato, logo que dele tenha conhecimento. Esta atitude de clara reprovação, irá desincentivar a prática destes atos, que tenhamos em atenção, tratam-se de pessoas doentes, que devem ser reprimidas mas também tradas, sempre que possível.
Como católico tenho a certeza que Deus quando criou o homem o fez sem este tipo de restrições. Fê-lo sexuado para se reproduzir, ser feliz e ponto final parágrafo.
PS: melhor fora que a Igreja, ao invés de andar a aconselhar o povo sobre como deve exercer a sua sexualidade, refletisse sobre esta matéria adentro portas. Seria mais prudente e humilde.