quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

BOM SENSO OU FALTA DELE...

Nestes tempos em que os Enfermeiros querem tudo e mais um par de botas, é inevitável não pensarmos neles e em algumas coisas que no passado, por eles foi feito, e que hoje estamos a verificar que talvez tenha sido um erro.

Ouvem-se alguns dirigentes sindicais clamarem que os enfermeiros têm o Mestrado e que auferem menos do que outras pessoas com a mesma qualificação. Pois bem, hoje (pelo que se disse no parágrafo anterior), a habilitação exigida para o desempenho da função de enfermeira/o é a Licenciatura em Enfermagem. Mas tempos houve em que apenas se requeria que soubessem ler e escrever! E é desse tempo que vem o prestígio e respeito por esta nobre profissão. Claro está que os tempos evoluíram e, com isso, os métodos, os processos e, naturalmente, a necessidade da adaptação desta classe profissional para responderem à complexidade das novas práticas profissionais. No entanto, o enfermeiro não é um médico, e o que é exigido a estes profissionais leva a pensar que qualquer pessoa com um Curso Técnico Profissional de Enfermagem (Décimo Segundo Ano de Escolaridade) seria o bastante e suficiente para o desempenho desta prática. Porém, a falta de força do Estado e a demagogia dos políticos, lá atrás, trouxe-nos aqui, e, agora, temos os enfermeiros ou parte deles a querem igualar-se aos médicos!

Quer isto dizer que não é bom os enfermeiros serem Licenciados, Mestrados ou Doutorados? Claro que não. Até pela simples razão que onde cabe o mais, cabe o menos. Que bom seria que os nossos varredores de rua fossem Licenciados, Mestrados ou Doutorados, desempenhariam eles a sua nobre função de trabalhadores da higiene pública melhor que os atuais? Pensamos que não. Mas era muito bom e sinal de que o nosso país tinha atingido um patamar educacional extraordinário e o nível de vida de todos nós, e não só de alguns, era muito melhor. Porém, o que é, é, e não vale a pena entrarmos em devaneios irresponsáveis que só nos podem conduzir a um beco sem saída, onde, aliás, já estivemos várias vezes, só depois do 25 de Abril, já lá vão três... pensamos que já chega.

E mais, o Estado não pode ficar refém de qualquer tipo de corporação profissional, sindical ou política. E se a Lei da greve já não dá resposta - por força dos novos meios tecnológicos que hoje existem - ao equilíbrio que se exige na relação de forças entre patrão/trabalhador, pois bem, que se altere. Imagine-se o que seria a partir de agora, todas as corporações profissionais do país, desatarem a utilizar o mesmo método, seguido pelos enfermeiros - crowdfunding[1] - e, com este esquema, fazerem greves sem fim à vista, ilimitadas. Já pensámos nisto, verdadeiramente, e com a atenção que o caso exige?

É bom que os políticos e sindicalistas sejam responsáveis nesta matéria e não demagógicos se não querem que o povo, amanhã, farto desta bagunça, onde milhares de doentes a necessitarem de ser operados e, por egoísmo de alguns, o não conseguem com graves prejuízos, inclusivamente o de continuarem vivos, venha a revoltar-se e a manifestar-se contra a Lei da greve e a pedir o fim deste direito absolutamente imprescindível num estado democrático e de direito.

Como na vida não há verdade absoluta, que haja bom senso e respeito pelas pessoas.





[1]Financiamento colaborativo de uma entidade, de um projeto ou de uma iniciativa, por meio da angariação de contribuições monetárias provenientes de vários investidores individuais, realizada tipicamente pela internet e redes sociais” - In Dicionários infopédia, Porto Editora.


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