Ele há deliberações que de tão jumentis que são, nos colocam numa situação de letargia mental, incapazes de reagirmos de imediato; estupefactos pelo absurdo de certos anúncios, prenunciados, por gente iluminada lá do alto da cátedra que lhes foi outorgada em nosso nome, para que, também em seu nome e ao seu serviço - do povo -, façam a governança da coisa pública.
É espantoso como pessoas que depois de terem dado bastas provas de competência na gestão de serviços da coletividade, às tantas se deixem, não sabemos, mas... toldar por ideias absolutistas, talvez inebriadas pelos elogios se convencem de que tudo podem fazer, porque o nosso dever - o do povo - é cumprir com o postulado e é se queremos, porque antes deles foi o desnorte e depois deles será a desgraça. Será assim?
Ora, nas sociedades e, por maioria de razões nas democracias, nada é assim tão imperativo, há sempre uma outra maneira de se resolverem as questões, fazendo com que o sistema expurgue o que é desajustado e reponha a razoabilidade das coisas; e, é também para isto que servem os assessores, conselheiros, advogados de que estes senhores se fazem rodear e que custam fortunas ao contribuinte, então, já que assim é, façam-os trabalhar e, já agora, ouçam-os.
Ouvirmos o anúncio de que a CGD - Banco Público - deixaria de pagar juros, abaixo de um euro, que nos são devidos porque são resultantes do nosso dinheiro, dinheiro que nós pomos neste banco, que é nosso, para exatamente ganharmos juros e, entre outras coisas, o protegermos dos ladrões. É ou não verdade?
Agora, se ouvirmos dizer que o ladrão roubou o banco, enfim, é mau, é triste, porém como já estamos tão habituados, quase não nos choca; mas que o banco que nós ajudámos a criar, onde depositamos o nosso dinheiro, nos rouba, ah! Cidadãos, ficámos chocados, envergonhados, de tão mal que nos sentimos pelo vexame do roubo. Sim, roubo, porque é disso que se trata, alguém que tira algo de outro, está a roubar, ou isto tem outro nome?
O clamor surdo foi de tal ordem que, felizmente, o bom senso acabou por se impor e a razoabilidade voltou ao sistema serenando-nos.
Que os doutos senhores aprendam que não vale tudo e que não tem que ser tudo a qualquer custo. Disse uma vez o Presidente Sampaio que " há mais vida para além do défice" é de dinheiro que estamos a falar, como então.
É sempre bom que quando somos acometidos por uma má ideia, tenhamos a grandeza da humildade e voltemos atrás, pois assim saímos todos a ganhar.
Tudo está bem, quando acaba bem.
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