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Imagem retirada da Internet |
Agora que as catástrofes, provocadas pelos incêndios, já lá vão (O Diabo seja cego, surdo e mudo), e algum tempo passado sorte os eventos, embora nunca se
possa esquecer as tragédias de quem perdeu os seus entes queridos
e, também, os que viram arder as suas casas ou fábricas, muito embora estes
últimos - bens materiais - já vão estando prontos e entregues (casos à parte).
É altura então de se fazer alguma reflexão sobre a questão dos
subsídios, apoios do Estado e donativos solidários do povo para ajudar as
pessoas a resolverem as situações dolorosas causadas pelas intempéries.
Algumas questões, pertinentes, que as pessoas vão dizendo à boca pequena, mas
que não têm coragem de o verbalizar alto e bom som. Não porque sejamos mais
corajosos do que os demais, não. Mas por entendermos que o devemos fazer para
ficarmos em paz com a nossa consciência.
Indo diretos ao assunto, não nos parece justo que sempre que acontece uma
desgraça provocada por uma qualquer intempérie, mais ou menos trágica, os
contribuintes tenham que acorrer a ajudar a solucionar os infortunados a
(re)construir as suas casas e ou os seus negócios.
Existem, hoje, formas na sociedade para prevenir estas situações físicas - os
Seguros.
Pensamos mesmo que todas as pessoas que tenham bens
materiais os devam, obrigatoriamente, segurar. O Mundo é assim mesmo e os
fenómenos ambientais ocorrem com alguma regularidade.
Se quando fazemos um empréstimo para comprar casa, somos obrigados a fazer um
seguro, pergunto: porque razão isto não é obrigatório para todos os
proprietários? Desta forma ficaremos todos em igualdade e, melhor, protegidos
sem sobrecarregar ninguém.
A esmagadora maioria das pessoas que possuem propriedade, têm posses para
custearem o seguro, e as que não têm posses, que serão uma minoria, a essas
sim, o Estado pode e deve pagar-lhe o seguro - aqui justifica-se o subsídio -,
nos restantes casos, quer seja habitação, agricultura ou indústria, não. Isto é
já um choradinho desbragado e irritante.
Então no que à agricultura respeita, até repugna. Se chove, o Governo tem que
dar um subsídio; se não chove, ai, ai, o Governo tem que dar um subsídio; se
faz calor, o Governo já está atrasado no apoio aos agricultores, venha de lá
esse subsídio; se faz vento, ó Primeiro-ministro, então esse subsídio, vem ou
não vem? Irra que nunca ouvimos dizer - tivemos uma boa colheita, toma lá ó
Governo, desta vez somos nós a dar um subsídio. T’á quieto, toma lá é um
manguito, e venha de lá esse subsídio, subsidio, subsidio... Será que não se
arranja um subsídio para subsidiar o subsídio?
Há aqui uma desigualdade de tratamento que nos parece injusta. E julgamos não
ser procedente virem com o argumento, bem português, de coitadinhos, porque as
intempéries não se podem prevenir ou evitar, é a natureza. Mas os danos por
elas provocados - as perdas materiais -, ah, essas podem, sim. Pensamos até
que, com esta medida - a obrigatoriedade do seguro, como com os veículos -, se
acabava com este espetáculo degradante dos chicos-espertos e dos corruptos,
criando-lhes aqui uma barreira à sua ganância avarenta e pegajosa.