Há uma grande excitação política, quase histérica, a mergulhar no populismo bacoco a propósito dos fogos de verão, parecem galinhas no galinheiro a disputarem o galo: “não há meios materiais e humanos, não há investimento, não há planeamento, não se aprendeu nada com 2017, não há responsabilidade” e por aí fora.
Provavelmente haverá falta de tudo isto ontem, hoje, amanhã e sempre. Os meios nunca são suficientes para acorrer a todas as situações, são sempre finitos, aqui ou em qualquer lugar do Planeta; só tendo um bombeiro a cada porta ou atrás de cada árvore, o mesmo acontece com os polícias os médicos, os enfermeiros e por aí fora. Meramente a título de exemplo, olhemos para o que vai por esse Mundo fora: fogos que todos os anos ardem semanas a fio engolindo tudo o que está à sua frente: matas, casas, vilas e aldeias inteiras, carros, hospitais e pessoas nos EUA, será que neste país isto acontece por falta de meios económicos, de bombeiros, de viaturas, de aviões para apagarem os fogos? Será mesmo? E na Espanha, na França e Alemanha?
Não, meus senhores, não vale tudo. Já o temos dito e repetimos as vezes que acharmos necessárias para ver se nos levam a sério: nós, o povo, não somos burros, vejam os senhores se aprendem com o que aconteceu nas últimas eleições … O problema é que estamos a viver tempos estranhos, o clima está a mudar e temos que nos adaptar à nova realidade. Mas isto não se faz de um ano para o outro, já em 2017, 2015, 2013, 2000 e até em 1970, era tarde para fazermos o que se devia/deve fazer: ordenar a floresta. Isto é uma evidência, mas, claro está, não saiu da nossa cabecinha, por mais inteligente que nos julguemos, mas sim, das cabeças e do trabalho árduo dos Técnicos e Cientistas de todas as partes do Planeta, basta ler um pouco.
Contudo, há agora, ouve-se dizer e vê-se pelo número de pessoas detidas, outro problema e este bem mais recente e gravíssimo, cada vez mais incendiários. Chamam-lhes doentes, piromaníacos, malandros e bandidos; pois serão tudo isso, mas nós chamamos-lhes terroristas políticos, porque atentam contra o Estado Português e as autoridades não devem ter pruridos em trabalhar este item: terrorismo político.
Não percamos a esperança, e façamos votos para que em vez de nos andarmos a esgatanhar uns aos outros, trabalhemos serenamente, apresentando propostas válidas, sem estridências excessivas, para salvarmos o nosso país, os nossos bens materiais e imateriais e, a seu tempo, façamos, então, as nossas escolhas políticas com os instrumentos democráticos postos à nossa disposição.
Imagem:Internet
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