Mas, com a mesma sensibilidade, e por via destes fenómenos
da natureza, ouvimos amiúde pedidos de apoio para tudo e mais um par de botas:
o Governo tem que nos dar um subsídio, a Câmara Municipal tem que nos apoiar e,
por seu lado, estas dizem que o Governo tem que as apoiar para que elas possam
apoiar as populações; os representantes empresariais pedem subsídio para
aumentar os seus empregados - agora diz-se colaboradores -, as empresas de
energia pedem subsídio para não aumentarem os preços que acabam por aumentar
apesar de…; as petrolíferas pedem subsídio para não aumentarem os preços que
acabam por aumentar apesar de…; o setor agrícola pede apoio para não aumentarem
os preços que acabam por aumentar apesar de…; e a banca, bom, a banca é uma
coisa escandalosa. As falcatruas foram tantas que atiraram o país de pantanas,
a quantidade de dinheiro, foram centenas de milhares de euros, tantos que nem
sabemos como escrever esta enormidade e o povo, sempre o povo a pagar, coitado
do povo. E, depois desse colossal montante que se evaporou, a banca obrigou-nos
a pagar as famosas comissões e mais comissões, porque “os juros estavam baixos
e os bancos tinham prejuízo”, vejam lá isto! Mas o pior de tudo, se calhar
ainda mais escandaloso do que o dinheiro que se evaporou, é que agora que os
juros estão altos, a banca não só não retira as comissões - como é suposto
fazer uma pessoa de bem -, como não aumenta os juros devidos aos clientes,
vá-se lá saber porquê… Mas, pior ainda, é que não há uma autoridade no país que
ponha esta gente na ordem e os obrigue a retirarem as comissões que nos impuseram,
como a pagarem os juros de acordo com as taxas em vigor impostas pelos Bancos
Centrais. Isto é um regabofe. Uns glutões, poucos, muito poucos, meteram a mão
na massa, o povo paga e não há quem nos governe.
Perante tal repugnante desmando perguntamos:
- Onde estão e para que servem os Seguros?
Fazemos uma casa, abrimos um negócio, compramos um carro e
não fazemos seguro?
Acaso nos esquecemos que quem paga, os tais subsídios, é o
contribuinte que normalmente tem os seguros em dia e não recebe subsídios?
Este país está a transformar-se numa terra de gente
subsídio-dependente. Isto é uma praga, uma esquizofrenia generalizada!
Os políticos na ânsia de quererem agradar a tudo e a todos
para sacarem os votos - do Governo à Oposição, a todas as oposições -, correm a
oferecer subsídio a torto e a direito contribuindo para esta calamidade pública.
Porque é de uma calamidade que se trata.
Para termos a noção exata deste disparate nacional, devemos exigir às várias entidades de fiscalização e controlo da coisa pública, tais como: Tribunal de Contas, UTAO - Unidade Técnica de Apoio Orçamental ou INE que façam um levantamento de todo o tipo de subsídios, apoios e afins que o Estado paga por ano e apresentem os resultados em números e euros para que as pessoas pagantes possam fazer uma ideia do absurdo de tudo isto.
Que se acabe com os subsídios apoios e afins, se aumentem os
ordenados, as reformas e se baixem os impostos e, para casos mais especiais, se façam
empréstimos, para isto deve servir a CGD e não só para sacar o dinheiro às
pessoas.
E quem não quiser arcar com o prejuízo que faça os respetivos seguros. Responsabilize-se o cidadão. O próprio Estado deve ter um seguro para casos verdadeiramente excecionais, dando assim o exemplo e não estar a vir sempre, abusivamente, ao bolso do cidadão cumpridor e pagante.
Imagem: Internet
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