terça-feira, 20 de dezembro de 2022

A HIPER - SUBSSIDEODEPENDÊNCIA / OPINIÃO

Como pessoa sensível que somos, sentimos, como é natural, pesar pelos prejuízos decorrentes das catástrofes - chuvas no Inverno, fogos no verão - que vêm assolando as populações do nosso país.

Mas, com a mesma sensibilidade, e por via destes fenómenos da natureza, ouvimos amiúde pedidos de apoio para tudo e mais um par de botas: o Governo tem que nos dar um subsídio, a Câmara Municipal tem que nos apoiar e, por seu lado, estas dizem que o Governo tem que as apoiar para que elas possam apoiar as populações; os representantes empresariais pedem subsídio para aumentar os seus empregados - agora diz-se colaboradores -, as empresas de energia pedem subsídio para não aumentarem os preços que acabam por aumentar apesar de…; as petrolíferas pedem subsídio para não aumentarem os preços que acabam por aumentar apesar de…; o setor agrícola pede apoio para não aumentarem os preços que acabam por aumentar apesar de…; e a banca, bom, a banca é uma coisa escandalosa. As falcatruas foram tantas que atiraram o país de pantanas, a quantidade de dinheiro, foram centenas de milhares de euros, tantos que nem sabemos como escrever esta enormidade e o povo, sempre o povo a pagar, coitado do povo. E, depois desse colossal montante que se evaporou, a banca obrigou-nos a pagar as famosas comissões e mais comissões, porque “os juros estavam baixos e os bancos tinham prejuízo”, vejam lá isto! Mas o pior de tudo, se calhar ainda mais escandaloso do que o dinheiro que se evaporou, é que agora que os juros estão altos, a banca não só não retira as comissões - como é suposto fazer uma pessoa de bem -, como não aumenta os juros devidos aos clientes, vá-se lá saber porquê… Mas, pior ainda, é que não há uma autoridade no país que ponha esta gente na ordem e os obrigue a retirarem as comissões que nos impuseram, como a pagarem os juros de acordo com as taxas em vigor impostas pelos Bancos Centrais. Isto é um regabofe. Uns glutões, poucos, muito poucos, meteram a mão na massa, o povo paga e não há quem nos governe.

Perante tal repugnante desmando perguntamos:

- Onde estão e para que servem os Seguros?

Fazemos uma casa, abrimos um negócio, compramos um carro e não fazemos seguro?

Acaso nos esquecemos que quem paga, os tais subsídios, é o contribuinte que normalmente tem os seguros em dia e não recebe subsídios?

Este país está a transformar-se numa terra de gente subsídio-dependente. Isto é uma praga, uma esquizofrenia generalizada!

Os políticos na ânsia de quererem agradar a tudo e a todos para sacarem os votos - do Governo à Oposição, a todas as oposições -, correm a oferecer subsídio a torto e a direito contribuindo para esta calamidade pública. Porque é de uma calamidade que se trata.

Para termos a noção exata deste disparate nacional, devemos exigir às várias entidades de fiscalização e controlo da coisa pública, tais como: Tribunal de Contas, UTAO - Unidade Técnica de Apoio Orçamental ou INE que façam um levantamento de todo o tipo de subsídios, apoios e afins que o Estado paga por ano e apresentem os resultados em números e euros para que as pessoas pagantes possam fazer uma ideia do absurdo de tudo isto.

Que se acabe com os subsídios apoios e afins, se aumentem os ordenados, as reformas e se baixem os impostos e, para casos mais especiais, se façam empréstimos, para isto deve servir a CGD e não só para sacar o dinheiro às pessoas.

E quem não quiser arcar com o prejuízo que faça os respetivos seguros. Responsabilize-se o cidadão. O próprio Estado deve ter um seguro para casos verdadeiramente excecionais, dando assim o exemplo e não estar a vir sempre, abusivamente, ao bolso do cidadão cumpridor e pagante. 

Imagem: Internet



Sem comentários:

Enviar um comentário

Deixe aqui o seu comentário:

PENSAMENTO

  “É O COMER QUE FAZ A FOME.   É O CORAÇÃO QUE FAZ O CARÁTER”                    Eça de Queiroz  Imagem: Internet