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A saber,
com humildade, o pretérito:
“… Queremos
negociar com todos os partidos com acento parlamentar, mas com toda a ‘humildade’
o dizemos: sem desvirtuarmos o nosso programa”. Leia-se: ou fazem como nós
queremos ou… não há nada para ninguém, vamos a eleições que é o que todos, todos, mesmo todos vocês
(oposição e nós AD) querem(os). Talvez queiram, a ver vamos? – O tom da campanha estava
dado.
Longe vá
o agouro, estamos nos antípodas, mas há (na atualidade) por aí um ‘senhor da
guerra’ que diz exatamente o mesmo: “aceitamos negociar a paz, mas tem de ser
nestes termos…” ou é como eu quero, ou não há paz para ninguém!
Esta AD
está a revelar-se habilíssima na luta pela manutenção do poder e, desde que
venceu, legitimamente, as eleições (por um deputado), lançou-se aberta e
ferozmente – ‘com toda a humildade’ –, em campanha eleitoral sem olhar a meios:
foi ao mealheiro que o país tinha (em 02/04/24), para eventuais situações
difíceis e, plin plin plin plin… este já lá vai –, distribuiu € para tudo e
todos os que votam. Veremos se, por exemplo, haverá dinheiro para ajudar as vítimas
dos incêndios desta negra semana. A ver vamos?
Mais uma
desgraça, um acidente com um helicóptero do qual resultaram, infelizmente, cinco
mortos e lá foi o PM a correr ao Douro e, num bote, sem o mínimo (não lhe
queremos chamar de falta de pudor) de reserva, digamos assim; disse ao país:
que estava ali a ‘trabalhar’ em solidariedade com as autoridades e a apresentar
os sentimentos à família enlutada. O que importa nestas situações é mostrarmo-nos
nos telejornais de preferência das 20h e nos comentários que, sem fim, se lhe
seguem. É assim a vida de um político astucioso.
Em mais uma
semana trágica, pintada com as cores que o fogo marca – segundo dados da
Proteção Civil 7 mortos e 188 feridos, 15 dos quais em estado grave – lá
estiveram o Presidente da República a presidir a um do Conselho de Ministros
extraordinário para os incêndios que, espremidas as conclusões, apenas serviu
para mostrar que se ‘fazia alguma coisa’, enfim, agitavam-se as autoridades,
para português ver.
Também
disse o PM, nestes tempos negros e enlutados: “não perdoaremos os incendiários”
(alguém perdoou?) e, em conformidade, irá ser criada uma equipa (mais uma) para
averiguar e prender os incendiários! – Qual a utilidade da medida? As policias,
o ministério público e os tribunais não estão já a trabalhar há muito tempo,
tendo um acumulado de experiência adquirida na prática prendendo, acusando e
julgando N pessoas? Mas continuou e referiu que “há interesses instalados na
ativação dos incêndios” (!...), mas não concretizou. Ora, como acreditamos que
Luís Montenegro, literalmente, se referia aos incendiários, mas não concretizando
as suas suspeitas, o seu posicionamento acabou por ser inadequado para um
político de primeira linha, como um Primeiro-Ministro. Não se pode lançar
insinuações de maneira leviana. Se realmente tem conhecimento de alguma coisa,
a sua obrigação é de a reportar às autoridades competentes. Fazer como o fez é
puramente um exercido de demagogia barata.
O PM
esbracejou, agitou-se, enfim, quis mostrar que liderava – tudo show off
–, campanha eleitoral e caça ao voto. Mas atenção, com toda esta vertigem de
irem ao pote dos votos, ainda acabam por cair lá dentro.
Em jeito
de conselho – quem somos nós criaturas da plebe – crie uma equipa para fazer um
plano (que pensamos já existir, mas enfim, mais equipa menos equipa…) para o
ordenamento e gestão da floresta; outra para fazer um plano para a agricultura;
outra, ainda, para fazer a gestão da água e, por fim, verta os resultados num
verdadeiro Plano Nacional, dotado de verbas para ser efetivamente concretizado.
Agindo
desta forma no planeamento, na prevenção e no desenvolvimento estruturado do
país. Estamos certos de que se o fizer terá um lugar assegurado na História de
Portugal, ombreando com o seu ex-colega Marquês de Pombal.
Com toda
a humildade.