SILVA |
E, PORQUE NÃO?
Este espaço pertencia ao Aquartelamento do Songo (1973/75), inserido numa zona operacional do Norte de Angola.
Mas hoje quero falar de outra coisa: repare-se no aprumo
do Militar, da cabeça aos pés: lavado, escanhoado, engraxado impecavelmente
ataviado. Esta maneira de estar e de se apresentar não era exclusivo do Silva
(o jovem da fotografia, soldado do terceiro pelotão da CART 6553), era assim que a generalidade dos
Militares se apresentavam naquele tempo, em qualquer circunstância, neste caso
em teatro de guerra.
As Forças Armadas (FA) incutiam então nos jovens um conjunto
de valores: civismo, disciplina, coragem, responsabilidade, rigor no
cumprimento dos deveres, poder de decisão, sentido do coletivo – camaradagem –
em vez do individualismo, para além, claro está, dos valores da Pátria e
outros. Valores estes que, passado o período do SMO, iriam ser também determinantes
para que estes homens, agora mais bem formados, possam interagir na sociedade.
É lamentável que hoje não saibamos aproveitar convenientemente os
meios que temos ao nosso dispor. As FA, para além do treino específico de caris
estritamente militar, eram uma verdadeira escola de formação do indivíduo. Os
valores que as FA, no então Serviço Militar obrigatório (SMO) transmitia e,
estou certo, ainda hoje transmite aos jovens o que mais nenhuma outra instituição, na
nossa sociedade, o faz com tanta eficiência.
Considero ser uma pena que demagogicamente se tenha acabado com
o SMO. Mas, como diz o povo “enquanto há vida há esperança” quem sabe, se um
dia destes um dos nossos líderes, num ato de coragem e com poder de decisão,
volte a recolocar o SMO, naturalmente estruturado e adequado ao tempo atual.