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Ao comemorarmos o quadragésimo
primeiro aniversário do advento da liberdade, importa que uns não esqueçam e
outros saibam que antes do 25 de abril de 1974, o nosso país vivia uma situação
de guerra em três frentes: Angola, Moçambique e Guiné-Bissau; não tínhamos
liberdade de expressão, de voto e de mais umas tantas coisas essenciais que não
vou tratar neste texto para não levar o leitor a desfocar do que quero, neste
dia, tratar aqui.
Os resultados nefastos da guerra colonial: 140.000 ex-militares
afetados pelo stress pós-traumático
devido aos horrores da guerra e, destes, um grande número – aponta-se para
mais ou menos 40.000 – estão, felizmente, ainda vivos. Vivos, mas… a sofrer e a
fazerem sofrer os seus familiares mais próximos: esposas, filhos e netos.
Estas pessoas, vítimas da guerra,
necessitam urgentemente de ajuda a nível psicológico e financeiro.
Talvez valha a pena lembrar que,
aqui há uns anos, um Ministro (político que à custa de ser irrevogável hoje é vice-primeiro-ministro)
fez questão de atribuir uma pensão aos combatentes do ultramar. Já então este
subsídio era uma ninharia, hoje, com os cortes sucessivos que tem sofrido, é
ridículo. Assim, sugiro que este miserável subsídio, atribuído a cada um dos
ex-combatentes, seja canalizado para um fundo (muito pouco junto, muito é), ao
serviço do apoio e tratamento destes ex-combatentes, minorando e suavizando um
pouco o sofrimento destes homens que, aliás, têm direito absoluto a este
tratamento, porque um dia a Pátria lhes exigiu que fossem lutar em seu nome. Hoje
a mesma Pátria não os pode ignorar, como está a fazer, aproveitando-se do facto
de estas pessoas sofrerem em silêncio. E, já agora, que não façamos como vai
sendo hábito. Veja-se o que está a acontecer com as pensões de reforma, de
sobrevivência, subsídio de desemprego e por aí adiante. Empurra-se para a
frente com a barriga, o tempo passa e daqui a uns anos o problema da Segurança
Social está resolvido; num país envelhecido e cada vez mais envelhecido,
deixa-se que o problema se resolva com a inexorável lei da vida – as pessoas
morrem e o problema, qual problema, já era.
Comecei por falar deste grupo por
ainda estarem vivos, mas não posso deixar de lembrar os que ficaram estropiados,
que na época eram 20 mil jovens, e,
naturalmente, homenagear os 8.331 jovens
heróis que faleceram ao serviço da Pátria, que é a nossa Pátria.
Por último, saudar os militares
de ABRIL que naquela madrugada ousaram pegar em armas (que o povo nas ruas encheu
de cravos vermelhos), e derrubaram uma ditadura caquética, bruta pelo
sofrimento que a sua política causou e burra por não ter tido a capacidade de
aprender com a História, e assim puseram fim à guerra colonial.
A.M.
Muito bem pensado, concordo.
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