quinta-feira, 9 de novembro de 2017

ECONOMIA DE MÃE... OGE

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Uma lição de vida
Enquanto crescia, ouvia a minha mãe dizer – querida mãe que não tinha a quarta classe – «que não podíamos gastar mais do que  aquilo que recebíamos, e se recebíamos dez, só podíamos gastar nove». 
Hoje, em minha casa, eu e a minha mulher, que, por acaso, ou talvez não, também ouvia dizer isto à sua mãe, seguimos este ensinamento e não nos temos dado mal. Ah, sim, claro que não nos esquecemos de o passar à filha.
Pensava (eu) que esta máxima também se aplicava a quem gere um país. Até por maioria de razões, pois o dinheiro do estado é do povo e não de quem o governa.
Porém, ao tomar conhecimento do Orçamento Geral do Estado, 2018, deste nosso país – Portugal – fiquei pasmado. Não é que tudo o que se ganhou este ano foi-se todo e, olhem, que foi muito, até sobraram mil milhões de euros de receita, acima da despesa! Não. Não sei o que isso é, mas é muito; e aqui é que começa a minha burrice, pois não é que ao invés de se aforrar metade e, vá lá, com a outra metade se alargasse o cinto… Mas não, gastou-se tudo! Sim, lá se foi tudo nesse alargar de cinto.
E se amanhã nos acontecer alguma coisa, ou pior, já aconteceu: metade do país ardeu e há mil casas e quinhentas empresas para reerguer, e com que dinheiro o vamos fazer? Vamos pedir emprestado? Mas, outra vez! Será que temos mesmo dificuldade em compreender as coisas! Como é possível, no século XXI, e com tantos estudos, não percebermos aquilo que as nossas mães e as nossas avós, dos séculos XX e XIX, a maioria delas sem a quarta classe e muitas sem saberem ler nem escrever, sabiam, percebiam e aplicavam aquela regra básica na gestão orçamental doméstica, quando tinham dinheiro, é claro! Qual é a parte da equação que os nossos governantes não entendem?
Será que estamos condenados a periodicamente (o que vem acontecendo desde, pelo menos, 1892) andarmos de mão esticada, por esse mundo fora, a pedir dinheiro emprestado?
Não. Eu não o quero, para mim, para os meus filhos e para os meus netos, basta de vergonha e de apertos de cinto.
Estou aposentado há 13 anos e desde que me reformei nunca mais fui aumentado e, pior, com a crise até me levaram algum dinheiro; mas entendo perfeitamente que perante esta catástrofe que nos atingiu tão violentamente, não me aumentem por mais um ano, e com esse dinheiro se acuda às pessoas que sofreram (sofrem) com os incêndios e, no próximo ano, então se proceda aos aumentos a que tenhamos direito. Ninguém morria por isso. E com isto se geria (a meu ver), inteligentemente, por um lado, as exigências da União Europeia no cumprimento orçamental - garças a Deus, é-nos exigido isto, o que seria se não existisse a UE? – por outro, as dos parceiros da coligação que, legitimamente querem agradar ao seu eleitorado, dando-lhes mais dinheiro.
Mas ao governo compete-lhe gerir com inteligência, sensibilidade e mestria a coisa pública, dentro destes parâmetros a que, aliás, se propôs.
Se assim não for, e parece que não o é, resta-nos esperar que a conjuntura nos ajude e os nossos governantes entendam, por uma vez, que não se pode governar a qualquer custo, e olhem, com olhos de ver, para além do umbigo.

Desculpem a minha irritação.

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