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A par das IPSS há outras Instituições: Santas Casas, Bombeiros Voluntários, Fundações, Casa dos rapazes, não me ocorre outras, mas existam mais e todas têm os mesmos princípios e todas, ou quase, sendo privadas, recebem verbas do Orçamento Geral do Estado. É até vulgo ouvir dizer: "Nós somos Instituições particulares, o Estado, aqui, não mete o bedelho". Pois, mas mete lá dinheiro, muito dinheiro, em 99,9% delas. E, por isso, o Estado audita, anualmente, as contas destas Instituições, vamos dizer assim, os números grandes, não o faz, ao detalhe, fatura a fatura, isso acontece quando há uma inspeção, mas não é possível ter um inspetor em cada Instituição, elas são, em Portugal, mais de 10.000.
Estas pessoas, que fazem parte dos corpos dirigentes e que são voluntárias, merecem o nosso maior respeito e admiração. Estão, por isso, isentas de crítica? Não. De escrutínio? Não. Podem eles(as) fazer o que fez a Senhora da Raríssimas? Podem! Ela fê-lo. Mas não devem. Desde logo, pelos princípios que os levam a fundar ou a integrarem os Órgãos Sociais destas Instituições e, depois, porque a moral social o condena.
A propósito do caso da Raríssimas, veio ao de cima tudo aquilo que temos de pior.
A maioria dos media arroga-se estar na vanguarda do escrutínio social (ainda que, muitas vezes o faça de uma forma devoradora, trituradora, qual ventoinha que espalha m.... Por todo o lado sem olhar a ninguém), enfim, nada contra, antes pelo contrário, o princípio social da informação - a que todos temos direito - isenta, rigorosa, objetiva e com ética. Mas tudo contra a chafurdice da vida privada das pessoas. Destroem-se seres humanos, carreiras, instituições, tudo vale na voracidade de 'eu' dizer mais e pior do que 'tu'; pois só assim as audiências aumentam e consequentemente as vendas; e aqui é que reside o busílis da questão, todos andamos à cata dele - o vil metal - mas não pode valer tudo.
Este tipo de achincalhamento constante a estas pessoas que querem servir causas sociais - inclua-se aqui os políticos e os árbitros -, vai levar a que um destes dias, pessoa alguma queira fazer este trabalho na sociedade. É que ninguém merece ser tratado como a pior das ratazanas a quem se chama de tudo, de tudo, mesmo. Só porque as pessoas se propõem desempenhar um cargo social, remunerado ou não. Não é admissível. Não pode ser assim. A continuarmos neste trilho, estes lugares serão ocupados, cada vez mais, pelos menos aptos num futuro próximo. Pois só, mesmo, um inapto pode deixar-se chamar de filho da ... para cima e de ladrão para baixo, isto para só citar alguns dos impropérios com que são "mimoseadas" estas pessoas, porque o rol é muito maior e mais indecoroso.
Haja decoro e um pouco de decência. Já que o respeito é um valor que parece ter ido de férias.
Ainda no caso da Raríssimas, o que esta pessoa não pode é ser pura e simplesmente destruída na praça publica e, o que é pior, a Instituição, porque a montante há todo um trabalho merecedor de louvor que esta Senhora fez em prol das pessoas que frequentam a Instituição e, que dela - Instituição - dependem, por não haver outra que a substitua, uma vez que o Estado não chega lá. Isto não quer dizer que a Senhora não deva ser severamente condenada, socialmente e criminalmente (se for caso disso) pelos erros/asneiras que fez. Os deslumbramentos em regra levam a isto e têm custos pessoais muito elevados. Mas uma árvore não faz a floresta. É, pois, muito importante que os bem-feitores que tão generosamente têm contribuído com dinheiro ou géneros, o continuem a fazer sob pena de castigarem as crianças e adultos que tanto necessitam desta Instituição.
Nas horas más é que se agigantam os melhores de entre nós.
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