PCP DESPEDE TRABALHADOR!
Não acredito, ponto parágrafo.
Li - já atrasado, é verdade -, no passado dia 05/06/2019, no SAPO 24 - segundo a
Lusa e o ECO, “O PCP foi esta quarta-feira condenado pelo Tribunal de
Trabalho de Lisboa a reintegrar o funcionário Miguel Casanova, disse À
Lusa fonte ligada ao processo judicial. Segundo a mesma fonte, na sentença
considera-se “ilícito o despedimento do trabalhador”, por “não ter havido
motivo para o despedimento do posto de trabalho” e “condena-se o réu a
reintegrá-lo nas mesmas funções que exercia” antes do conflito laboral.”
Esta medida reporta-se ao acontecido em maio de 2018, mas,
só agora, o Tribunal terá proferido a decisão.
Eu li, mas não acreditei que isto tivesse
acontecido, voltei ao princípio e reli o texto, e lá estava com todas as
letras. Este PCP/Partido Comunista Português, o campeão na defesa dos direitos
dos trabalhadores, o Partido da Classe Operária despediu um trabalhador! Mas,
a ser verdade, como é possível que nenhum sindicato, partido político
ou os grandes comentadores das televisões não tivessem erguido a sua voz, como
o fizeram com tanta veemência, olhem, por exemplo, no caso daquela funcionária
da corticeira, Cristina Tavares. Ainda se lembram do ruído que os
sindicatos, bloquistas e, claro, o PCP fizeram? Mas desta vez e em relação a
este trabalhador - Miguel Casanova -, nada nem pio! Será que este
trabalhador não é trabalhador? Não terá ele os mesmos direitos que os outros
trabalhadores? Ou há trabalhadores de primeira e de segunda? Não sei, e como
não sei, gostaria que alguém explicasse este silêncio.
Mas, nem de propósito, como o diabo tem duas mantas, uma que
tapa e a outra que destapa, o mesmo Sapo trazia numa coluna ao
lado a informação de que “A Corticeira Fernando Couto desistiu de impugnar a
multa de 6.120 euros aplicada pela Autoridade para as Condições de Trabalho
(ACT) relativamente à violação de regras de segurança e saúde no trabalho,
informou hoje fonte judicial.” E mais à frente diz que “O Tribunal de trabalho
da Feira julgou na segunda-feira totalmente improcedente a impugnação judicial
da contraordenação instaurada à empresa pela ACT por assédio moral a
Cristina Tavares, mantendo a coima de 31.110 euros.” (…). Trago este caso à
colação porque enquanto os Sindicatos e o PCP andavam na rua a apoiar esta
trabalhadora e bem, em casa, olha, despediram o Casanova, que ironia, não
é? Mas pior, o Casanova terá afirmado que o PCP tomou esta atitude
por ele discordar “da atual solução política que viabilizou” a “geringonça”!
Pois é, mais uma calinada na moral, na ética e nos princípios.
Este silêncio, ensurdecedor, não fará corar de vergonha os
sindicatos, partidos e comentadores? Ou eles têm medo de alguma coisa?
No que respeita ao PCP, não há nada que admirar, ele é
apenas igual a todos os partidos comunistas do mundo, quando estão numa posição
dominante, eles, mandam e bico calado.
É bom que vamos estando atentos e não nos iludamos com os
amanhãs que cantam.
PS: é claro que os órgãos de comunicação social noticiaram o
caso, mas não é deles que falo, entenda-se.