Aqui postaremos assuntos relacionados com a CART. 6553/73, Portugal, Angola e com o Mundo.
domingo, 17 de dezembro de 2023
domingo, 10 de dezembro de 2023
‘GOLPE’ DE ESTADO COM PEZINHOS DE LÂ EM DOIS ATOS – 07/11/2023 – PORTUGAL/OPINIÃO
O Governo de Portugal foi derrubado, em dois atos –
alegadamente –, por duas Instituições a quem, segundo a lei, compete “… defender
a legalidade democrática…”.
1º ato:
Nenhuma pessoa de juízo se atreve a dizer que a justiça não
deve agir segundo as normas emanadas da autoridade soberana. Tanto mais que, em
democracia, ninguém está acima da lei, seja ele o Presidente da República, Primeiro-Ministro,
Ministro, Juiz ou o Zé-ninguém. O Ministério Público, não só pode como deve
investigar tudo e todos, até aqui tudo bem e não há crise. Agora, quando este Órgão do Estado deixa –
alegadamente – aqui e ali, cair partes do processo que, por direito legal, devem
estar em segredo de justiça até à acusação (dizemos nós que não somos
juristas), alto lá, é aqui que a ‘porca torce o rabo’! Ora foi exatamente o que
– alegadamente – aconteceu no passado dia 7/11/23, com o celebérrimo paragrafo
da PGR. O Ministério Público poderia e devia fazer a investigação e na nota à
comunicação social omitia-o e mandava-o para o Supremo Tribunal de Justiça para
os fins devidos; evitando deste modo, as consequências gravíssimas, para o
país, que esta falta de bom senso veio a ter e, que, acabou com a demissão,
previsível, do chefe de um governo, com maioria absoluta, emanado da Assembleia
da República democraticamente eleita pelo povo soberano de Portugal.
2º ato:
Cabe ao Presidente da República defender o “… regular
funcionamento das instituições…”.
Ora, neste caso em particular, o chefe de Estado, ao aceitar
a demissão do Primeiro-Ministro, não só se pôs ao lado da PGR, como dissolveu a
Assembleia da República!
Ouvimos alguns dizerem que, Sua Excelência, não tinha outra
alternativa que não fosse dissolver o parlamento, porque quando os portugueses
elegeram esta maioria o Presidente disse, na altura, “… que dissolveria a Assembleia
da República se o PM se demitisse antes do fim da legislatura…”, é verdade,
disse-o, mas não tinha o direito de o dizer. Em primeiro lugar, porque a
soberania está no povo e a ele e só a ele compete eleger ou não quem muito bem
entende e ninguém (mesmo os soberanos por eles eleitos) está acima da vontade do
povo manifestada em urna democraticamente expressa. Porque quando o povo o faz,
elege a Assembleia da República e não o PM, e é desta que emerge o governo. É assim
que determina a Constituição. Também aqui, a nosso ver, ouve falta de
ponderação e bom senso, contribuindo, tudo isto, para o apantufado ‘golpe de Estado’.
É curioso como ao fim de 50 anos, após o 25 de Abril, há
acontecimentos que se igualam: o nosso Presidente, sem o querer, estamos certos,
comportou-se um pouco como o MFA – rearrumado após o 11 de maço de 1975 – que depois das
eleições para a Assembleia Constituinte, mandaram às ortigas a vontade do povo
e fizeram prevalecer a sua; no dizer de Freitas do Amaral, no seu livro “O
Antigo Regime e a Revolução” p. 383, diz: “As eleições acabaram; A
Revolução continua”.
Há! Já agora, por ironia do destino, não resistimos a
acrescentar a propósito do caso das gémeas, Luso-Brasileiras, que receberam o
tratamento milionário cá em Portugal: afinal de contas… Volta Galamba que estás
perdoado (…!).
Imagem: Internet
terça-feira, 5 de dezembro de 2023
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