
Trás-os-Montes, nome certeiro,
terra de amor verdadeiro.
Lá onde o céu beija o monte,
verde e aldeias, a perder de vista,
um recanto, um horizonte,
onde a natureza nunca é egoísta.
Aqui, um naco de terra, paz e refúgio,
a Serra de Bornes ao longe vigia,
o vento sopra, ora frio, ora bravio,
fazendo as árvores dançar em sinfonia.
O balir de ovelhas, o som do chocalho,
um melro canta, uma coruja piou,
voa a poupa, o coelho salta num instante,
e a cobra, silenciosa, deslizou.
E os cheiros? Ah, os cheiros que embalam!
Inverno de ar lavado e puro,
primavera de rosmaninho e giestas,
verão, um aroma seguro.
Aqui, no umbigo do mundo ou seu fim,
sinto a harmonia, em mim e no entorno,
só quebrada pelo helicóptero que, enfim,
sobe, voando num socorro distante.
E depois de sentir o ambiente, há que sentir os sabores…
A gastronomia, farta e verdadeira
as oliveiras, centenárias, ancestrais,
dão-nos azeite e lenha, a companheira
do inverno e do crepitar nos lares.
O salpicão e o caldo que prometem,
o dia do mata-porco que une,
a lenha estala, cheiros que comovem,
a natureza, generosa, que o tempo mune.
Texto e imagem meus, com a colaboração da IA
A.M..
Texto maravilhoso.Trá-os-Montes, a terra que me viu crescer.
ResponderEliminar