Um belo exemplar dessa miscigenação |
Ultimamente, tenho-me surpreendido,
quando deambulo pelas ruas do nosso país, ao ouvir tanta gente falar
brasileiro! Não só gosto como fico feliz.
Há dias, enquanto lavava os dentes,
ouvi um apresentador do jornal da RTP, da hora do almoço, referir-se
a este assunto e pensei, isto é a concretização daquela frase,
muito portuguesa, “os brasileiros são nossos irmãos” e, de
facto, os nossos irmãos vivem connosco, mas alguns, bastantes,
também andam pela diáspora.
Que bom seria se como escreveu Fernando
Pessoa “Minha pátria é a língua portuguesa”, este
geograficamente pequeno país - mas enorme no dizer do poeta - que é
Portugal, fosse o território de todos os lusófonos – timorenses,
moçambicanos, cabo-verdianos, brasileiros, angolanos, guineenses –
que, connosco, querem/queiram partilhar a geografia deste espaço,
aqui à beira mar plantado, no extremo sudoeste da Europa, o façam
sendo todos iguais e todos diferentes como os demais
portugueses.
E ainda pensei mais (como é ousado o
pensamento!): que o Estado Português podia pôr à disposição de
famílias de agricultores da lusofonia, que queiram viver partilhando
connosco o país, oferecer-lhes as casas e terrenos que se
encontram abandonados pelas aldeias e vilas deste torrão lusitano.
A miscigenação que este reencontro,
agora, aqui, em Portugal, irá/está já a originar, fará de nós um
povo melhor, geneticamente mais forte, logo mais dinâmico e o futuro
só poderá ser inevitavelmente mais risonho.
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