É difícil imaginar, como é que o Mundo pode estar a
assistir, desde o 7 de outubro de 2023, a esta coisa absolutamente inaudita… é
insuportável vermos este extermínio através das televisões, como se
estivéssemos a assistir a um filme com a bolinha vermelha. Não há (o pior é que
há) corações que, por mais insensíveis que sejam, não estejam dilacerados perante tão monstruosa barbárie.
É difícil imaginar, mas o 7 de outubro, foi mesmo um ato
terrorista bárbaro e desumano. O Hamas matou, violou e raptou homens e
mulheres: novos, velhos, crianças, bebés e até mortos. Tudo isto tendo por base
a sede de vingança, sustentada numa avaliação inconsequente, ligeira e leviana.
Tinham obrigação de saber, ou no mínimo de que, com esta ação, poderiam estar a
abrir a porta do inferno.
É difícil imaginar, mas a retaliação/vingança por parte de
Israel não se fez rogada: entrou com todo o seu arsenal militar (que é muito e
poderoso) e está a matar tudo o que mexe e não mexe: homens e mulheres, velhos e
novos, crianças e bebés; destruindo todo o edificado, incluindo hospitais
ativos.
É difícil imaginar, como é que o Hamas continua insensível a
ver o povo que diz ser seu a ser dizimado a ferro e fogo e não o ponha a salvo
nos seus túneis permitindo a fuga a esta metralha. (Um General, quando vê os
seus soldados a serem reduzidos a pó, manda retirar para, evidentemente, poupar
a vida dos que restam), não estará na hora de o Hamas se retirar da Faixa de
Gaza e acabar com esta chacina reativa — saindo retiram o chão a Israel e só lhes resta uma solução, sair também —, dando uma hipótese aos que ainda
sobrevivem enquanto é tempo?
É difícil imaginar, como é que o povo Judeu que foi
escorraçado, sofreu perseguição, morte – o Holocausto/Shoah –, consiga fazer o que
está a fazer, sem pensarem, um bocadinho, que estão a fazer o mesmo que lhes
foi feito a eles – matança generalizada!
É difícil imaginar, como é que a humanidade em geral esteja
a assistir a tudo isto, de cadeirinha, sem nada fazer para pôr cobro a este
desmando mortífero. Onde estão as grandes potências mundiais: EUA, EU, China,
India e a Rússia, se bem que esta última não tenha um pinguinho de moral (está
a fazer o mesmo), para isso tem de pôr cobro à guerra que está a fazer à
Ucrânia desde 22 de fevereiro de 2023.
É difícil imaginar, que a indústria de armamento, dos países
produtores, esteja a ganhar rios (sangrentos) de dinheiro e que por causa do PIB dos
respetivos países obrigue a esta obscena hipocrisia de os seus dirigentes
condenarem – os que condenam – por um lado e, ao mesmo tempo, lhes vendam as
armas com que estes povos se exterminam.
É difícil imaginar, como é que os países vizinhos da Faixa
de Gaza (árabes e muçulmanos), não acolham estas pessoas livrando-as do aniquilamento em curso.
É difícil imaginar, que os povos ao votarem, para a formação
dos seus governos/representantes, não sintam o peso da responsabilidade do seu
ato, pois as escolhas que fazemos têm sempre consequências e elas podem ser
verdadeiramente desastrosas. Isto é válido para as democracias, autocracias e,
até mesmo, para as ditaduras, embora estes muito condicionados. Mas, por fim, é sempre ‘o povo quem mais ordena’. E a verdade é
que foram os Israelitas que votaram em Benjamin Netanyahu e os Palestinos (da faixa de Gaza) que
votaram no Hamas. Olhem no que deu.
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