quarta-feira, 9 de outubro de 2024

ALTRUÍSMO FELINO: UM PARADOXO DE SENSIBILIDADE E DESCUIDO

Imagem: Internet

Ultimamente, tenho reparado que há muita gente a colocar comida e bebida para gatos nos locais mais inusitados.

Por exemplo, ao lado da minha casa, existe uma pequena casota de dois patamares. No rés-do-chão, há taças cheias de alimento próprio para gatos e, ao lado, um recipiente com água. Este espaço é mantido limpo e cuidado por uma verdadeira "cuidadora", que trata os animais com dedicação.
Noutro local, junto ao Rio Tejo, no Carregado — uma zona afastada de qualquer habitação — e, imaginem só, a centenas de quilómetros de distância, na praia do Barranco das Belharucas, entre os Olhos D’Água e as Açoteias, no Algarve, encontramos outro ponto semelhante. Não com o requinte de casa, mas sob umas escadas lá estavam abrigados os recipientes para comida e água.
Nestes dois lugares, sentimos uma grande sensibilidade por parte dos indivíduos que fazem isto voluntariamente e a suas próprias expensas. Nada a opor, tudo a louvar. Porém, se no primeiro caso, está tudo bem — nota vinte; nos dois últimos, ficámos perplexos. Foi precisamente por presenciar estas situações que nos levou a refletir e a escrever este post.
Essas pessoas, tão altruístas e bem-intencionadas para com os animais — selvagens porque não têm dono, logo não são domésticos e, por natureza, habituados a procurar o próprio alimento — esgotam, neste louvável ato, toda a sua sensibilidade. Pois é. Depois de colocarem a comida nos recipientes, que provavelmente foram lá deixados por elas, atiram, ali mesmo, as embalagens de plástico e as latas dos alimentos, comprados no supermercado, emporcalhando toda a área cicundante, sem o mínimo de sensibilidade para com o meio ambiente!
Sabemos todos que, com o tempo, por ação do vento, esses resíduos acabam por se espalhar e vão parar aos ribeiros, rios e mares, pondo em risco a natureza.

Apesar de todo o altruísmo, ainda temos um longo caminho a percorrer no que toca à aprendizagem da civilidade.

A.M.


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