ADMIRAÇÃO E RESPEITO PELAS GENTES DO SONGO
Homens destemidos, os colonos que um dia ousaram deixar para trás o pequeno torrão lusitano e partiram à aventura oceano adentro. Com coragem, ousadia e pioneirismo desembarcaram na imensidão de um território desconhecido, com selvas virgens, povos culturalmente diferentes e, bem lá a Norte, fixaram a sua residência. Desbravaram matas e rasgaram as terras para nelas plantarem e cultivarem o seu sustento; construíram aldeias, vilas e cidades; montaram serviços e indústrias.
No início dos anos setenta no Songo, como nas outras cidades, vilas ou lugarejos de Angola, existiam duas comunidades que embora distintas, por várias ordens de razão que não cabe aqui dissecar, levavam vidas simples e de trabalho. De resto, igual à vida simples das pessoas das nossas aldeias. É como diz o ditado “quem vê o seu povo, vê o Mundo todo”.
Esta gesta de gente cultivou o café e fê-lo como ninguém. A eles se devem as altíssimas produções que Angola conseguiu no ranking mundial, mesmo em tempos de guerra. Os homens do Songo, ao final de mais um dia de labuta passavam por um dos cafés, locais de convívio social masculino, e aí, enquanto tomavam uma cerveja, punham a conversa em dia e trocavam informações. Depois do jantar, era quase um ritual, sempre que havia cinema e havia-o três vezes por semana, iam ver a última novidade em cartaz com as suas esposas e filhos, desde que estes tivessem idade para tal.
As mulheres destes homens, nunca o perguntei, porém estou certo de que a maior parte das vezes, foram elas que incentivaram os seus maridos a ousarem, a irem em frente! Elas são assim. Ocupavam-se das casas e da educação dos filhos; embora a maioria tivessem criados para as lides domésticas, que elas naturalmente geriam.
Os homens autóctones caçavam, recolhiam frutos, mel e tratavam do gado, se o tinham. Alguns, poucos, já davam uma mãozinha às mulheres nas lavras, este trabalho era ancestralmente considerado doméstico! Enquanto outros, ainda menos, trabalhavam num ou noutro emprego do comércio da vila em serviços subalternos. Era frequente ao final da tarde juntarem-se na sanzala à roda de uma sombra, que uma generosa e frondosa árvore lhes oferecia, para conversarem, bebiam o marufo ou maluvo, enquanto passavam informação e tratavam dos assuntos que à comunidade dizia respeito. Alguns homens, pouquíssimos, os que tinham dinheiro, também iam ao cinema. Aqui as mulheres não acompanhavam os homens, ficavam em casa.
No início dos anos setenta no Songo, como nas outras cidades, vilas ou lugarejos de Angola, existiam duas comunidades que embora distintas, por várias ordens de razão que não cabe aqui dissecar, levavam vidas simples e de trabalho. De resto, igual à vida simples das pessoas das nossas aldeias. É como diz o ditado “quem vê o seu povo, vê o Mundo todo”.
Esta gesta de gente cultivou o café e fê-lo como ninguém. A eles se devem as altíssimas produções que Angola conseguiu no ranking mundial, mesmo em tempos de guerra. Os homens do Songo, ao final de mais um dia de labuta passavam por um dos cafés, locais de convívio social masculino, e aí, enquanto tomavam uma cerveja, punham a conversa em dia e trocavam informações. Depois do jantar, era quase um ritual, sempre que havia cinema e havia-o três vezes por semana, iam ver a última novidade em cartaz com as suas esposas e filhos, desde que estes tivessem idade para tal.
As mulheres destes homens, nunca o perguntei, porém estou certo de que a maior parte das vezes, foram elas que incentivaram os seus maridos a ousarem, a irem em frente! Elas são assim. Ocupavam-se das casas e da educação dos filhos; embora a maioria tivessem criados para as lides domésticas, que elas naturalmente geriam.
Os homens autóctones caçavam, recolhiam frutos, mel e tratavam do gado, se o tinham. Alguns, poucos, já davam uma mãozinha às mulheres nas lavras, este trabalho era ancestralmente considerado doméstico! Enquanto outros, ainda menos, trabalhavam num ou noutro emprego do comércio da vila em serviços subalternos. Era frequente ao final da tarde juntarem-se na sanzala à roda de uma sombra, que uma generosa e frondosa árvore lhes oferecia, para conversarem, bebiam o marufo ou maluvo, enquanto passavam informação e tratavam dos assuntos que à comunidade dizia respeito. Alguns homens, pouquíssimos, os que tinham dinheiro, também iam ao cinema. Aqui as mulheres não acompanhavam os homens, ficavam em casa.
Durante o dia as mulheres destes homens tratavam das habitações, dos filhos, do pilão, das refeições, da criação, das lavras onde cultivavam a mandioca, a batata-doce, o milho, o feijão e a jinguba. São (julgo que ainda hoje assim é) dignas de se verem no pilão ou de sachola na mão a cavar; sempre com os seus bebés às costas, envoltos pelos tradicionais panos africanos. As crianças, em contacto com o corpo da sua néngua (mãe), sentem-se seguras, não choram e até dormem; levadas no balancé ritmado das mães, sempre que levantam e baixam o tronco para potenciarem o golpe com que os sachos sulcam a terra. Quando os filhos têm fome, as mães puxam-nos para debaixo do braço e sem os tirarem dos panos dão-lhes de mamar. Espantoso é que depois de um dia árduo de labuta estas mulheres ainda arranjam forças para cantar e dançar sempre que socialmente lhes é exigido.
Com pequenas cambiantes, de ordem cultural, estas mulheres são bem iguais às mulheres das nossas terras. Lá como cá, verdadeiras heroínas, traves mestras das casas! Mulheres.
Não o sabiam quando ousaram partir, mas quis a desditosa vida que, um dia, voltassem a deixar tudo o que haviam construído e regressassem à pátria mãe e, cá, com a mesma coragem, ousadia e determinação, de novo se erguessem e reconstruíssem as suas vidas.
O mesmo oceano que levou um dia os nossos conterrâneos e os juntou aos africanos trouxe-os agora, a uns e a outros, embora em proporções diferentes e, mais uma vez, os juntou contribuindo para o desenvolvimento nacional. É por tudo isto que aqui deixo estas singelas palavras de homenagem a esta gesta de pessoas dignas do nosso respeito e admiração.
Com pequenas cambiantes, de ordem cultural, estas mulheres são bem iguais às mulheres das nossas terras. Lá como cá, verdadeiras heroínas, traves mestras das casas! Mulheres.
Não o sabiam quando ousaram partir, mas quis a desditosa vida que, um dia, voltassem a deixar tudo o que haviam construído e regressassem à pátria mãe e, cá, com a mesma coragem, ousadia e determinação, de novo se erguessem e reconstruíssem as suas vidas.
O mesmo oceano que levou um dia os nossos conterrâneos e os juntou aos africanos trouxe-os agora, a uns e a outros, embora em proporções diferentes e, mais uma vez, os juntou contribuindo para o desenvolvimento nacional. É por tudo isto que aqui deixo estas singelas palavras de homenagem a esta gesta de pessoas dignas do nosso respeito e admiração.
Ó Songo,ó terra capital do café
ResponderEliminaroh vila cidade que linda que ela é...
não me lembro do resto....isto era o hino do Songo...vou perguntar minha tia Rosário,dado que foi ela que fez a letra em conjunto com D.Ilda Gala,que foi casada com o admnistrador do Songo,acho que ainda na vossa altura,lembras-te até tinha uma estátua em frente a casa dos meus avós...frente antiga capela...
já votaram nos meus blogues,então bota a votar...já votei no teu...pesquisa este http://onzima-laranjeira.blogspot.com é do Albano Laranjeira,a v/companhia substituiu a dele...a net é magnânima... carlinha
ResponderEliminarO site da Onzima está presente na lista de sites a visitar (do lado direito, por baixo das sondagens) praticamente desde o início deste blog.
ResponderEliminarleio com saudades as palavras da D. Carla referentes aos lugares e á antiga capela do Songo onde eu e os meus camaradas de armas ia -mos á missa.SONGO eterno
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