De quando em vez, lá sou obrigado (por razões da agenda do que se diz) a sair do meu terreno de conforto e a entrar na política superficial.
Desta feita porque as autoridades angolanas e
portuguesas andam de novo de candeias às avessas. Mas, isto, por princípio, não
é grave; é um pouco como quando dois irmãos se zangam e um faz queixa aos pais,
e estes querem saber das razões para avaliarem da gravidade da zanga: se é
daquelas quezílias que passado algum tempo passam e tudo volta ao normal, ou se
é alguma coisa mais séria e a necessitar de alguns reparos para as coisas se
comporem e tudo voltar à normalidade.
Ora, importa dizer que (segundo o
Jornal de Angola), a queixa, desta vez, tem a ver com a divulgação pela
comunicação social de um caso em que, supostamente, o Ministério Público
português acusa um membro do governo de Angola de corrupção.
Quanto a isto, e a ser verdade o
que li na comunicação social, estou absolutamente de acordo com esta queixa e
subscrevo-a por baixo. Não é admissível que casos desta natureza sejam dados a
conhecer pelos órgãos de comunicação social, antes de os interessados, deles,
tomarem conhecimento pelas vias oficiais.
Este é, aliás, um problema com
que o nosso país (Portugal) se defronta. É absolutamente necessário que nós (o
legislador – Assembleia da República) o resolvamos com coragem e sem
subterfúgios, sob pena de, a prazo, a nossa Democracia vir a ter problemas.
Já quanto ao suposto “conteúdo” é
outra coisa. Importa dizer que Portugal é uma República Democrática de corpo
inteiro. E sem termos a pretensão de darmos conselhos de democracia a ninguém,
reafirmamos que a nossa Democracia contêm vários Órgãos de Soberania e que
estes são independentes e não interferem uns com os outros. E isto está, aliás,
na base do funcionamento da nossa Democracia. Assim é, e assim queremos que
continue a ser.
Mas isto não obsta a que não
possamos ou até mesmo devamos melhorar, aqui e ali, o funcionamento desta ou
daquela situação, como, por exemplo, as supostas fugas de informação que se
verificam amiudadamente no nosso sistema de justiça.
Termino como comecei, com bom
senso e vontade de se preservar os superiores interesses dos nossos povos. Estas
escaramuças não contêm, em si, nada de substancial que possa pôr em causa a
relação amistosa destes dois irmãos.
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