sábado, 19 de dezembro de 2020

UM SANTO E FELIZ NATAL - 2020 - PARA TODOS NÓS

 "Natal é quando o homem quiser..."
Celebração do nascimento do menino Jesus, na capela de
São José, na gruta contígua à gruta onde nasceu Jesus de  
Nazaré, em Belém, na Palestina. Presidida pelo bispo      
emérito D. Teodoro Faria da Diocese do Funchal.   
Foto da minha coleção pessoal, tirada em 2009. 











Estamos a viver um tempo, muito especial, que marca as nossas vidas de modo impressivo: tempo de angustia neste ano difícil de pandemia. Mas há razão para termos esperança porque advento é vinda/chegada e Natal é nascimento/vida; tenhamos, pois, fé reforçada nas vacinas que chegam e nos irão livrar deste pesadelo - COVID 1 - devolvendo-nos vida e liberdade. Celebremos, assim, a festa da família porque é Natal. Com alegria, saúde e, este ano, apenas, com um pouco mais de responsabilidade e bom-senso, para que o próximo ano, 2021, seja um FELIZ E BOM ANO.

BOAS FESTAS

domingo, 13 de dezembro de 2020

MIXÓRDIA/OPINIÃO

 

Sou dos que não concordam com o chorrilho de maledicência com que a toda a hora se enxovalham os políticos, mas a verdade é que eles não fazem nada para mudar esta situação, não. Bem pelo contrário. A titulo de exemplo, refiro o último debate para a aprovação do Orçamento do Estado, na Assembleia da República: aquela negociata mais própria das feiras, onde se negociou tudo e mais alguma coisa, com tudo e todos, sem o mínimo sentido da ética, dos princípios e do interesse pela coisa publica, a não ser o que cada um poderia ganhar ou perder para o seu partido, não que este jogo partidário seja ilegítimo, que o não é, mas não se joga desta maneira com o nosso dinheiro. Dinheiro que, à grande maioria das pessoas, custa tanto a ganhar. Sendo os Deputados os nossos legítimos representantes…. Desculpem, mas, veio-me à memória, agora mesmo, e a propósito, um texto do nosso grande Eça de Queirós, que li, há dias, em ‘acabeceira.blogs.sapo.p’: “O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima a baixo! Toda a vida espiritual, intelectual, parada. O tédio invadiu todas as almas. A mocidade arrasta-se envelhecida das mesas das secretárias para as mesas dos cafés. A ruína económica cresce, cresce, cresce. As quebras sucedem-se. O pequeno comércio definha. A indústria enfraquece, a sorte dos operários é lamentável. O salário diminui. A renda também diminui. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.”.

In As Farpas (edição de outubro 2004), maio 1871

Caros leitores, depois destas palavras impressas do Eça, digam lá o que é que retirariam deste texto na atualidade? É uma pena, mas isto não muda, não muda mesmo!

Mas como sou um otimista desmesurado, estou certo que podemos contar com esta juventude d’Ouro que emerge, para mudarem este estado de coisas.

Imagem: Assembleia da República/Internet 

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

RECORDAR A CART 6553773


 


EI-LO EM GRANDE ESTILO - JOSÉ RIBEIRO - COM A SUA COMPANHEIRA NA MÃO ESQUERDA E EXIBINDO UM BELO ABACAXI NA DIREITA. POUSANDO EM CIMA DA PONTE DO RIO LUCUNGA, ACABADINHA DE SER CONSTRUÍDA.

sábado, 28 de novembro de 2020

COVID 19/OPINIÃO

CORONAVÍROS/COVID-19
Este é um tempo estranho… tempo de ficarmos em casa, recolhidos o mais possível, de não convivermos, nem interagirmos com pessoas. O VÍRUS! Este vírus que nos ataca, não se mostra, não diz onde está e apanha quem se descuida, é traiçoeiro. É por isso que é muito importante não convivermos com os amigos, menos ainda com os desconhecidos, não andarmos no meio de muita gente e protegermo-nos com as únicas armas que temos ao nosso dispor: distanciamento social, uso de máscara e higiene das mãos (informação da comunidade científica).

 São razões mais que suficientes para que, cada um de nós, por si, as levemos muito a sério e sem necessidade de sermos tutelados. Necessitamos, isso sim, que os cientistas e os médicos nos informem e aconselhem para nos orientarmos. Irrita-me essa coisa de, por teimosia, inconsciência, ou burrice de muitos, os governos tenham de fazer leis para nos obrigarem a defendermo-nos desta pandemia medonha que nos assola a todos, sendo que, só cada um, individualmente, tem em suas mãos a arma para o fazer: “distanciamento social, uso de máscara e higiene das mãos”.

Outra coisa que mexe comigo, e muito, são os boqueiros de bancada que opinam sobre tudo e mais alguma coisa: chamam nomes aos governantes pelas medidas que tomam em defesa da nossa saúde e vida, como se eles tomassem estas medidas por sua alta recriação e desejo de nos chatearem, sem ouvirem cientistas, médicos, enfim, os sábios na matéria e, até, os representantes das instituições representativas da sociedade. Não que eu tenha pena dos políticos, não. Eles propõem-se ocupar estes lugares por vontade própria e já vivemos em democracia há tempo suficiente para saberem o que os espera, mas convenhamos, com os diabos... tanta tolice é confrangedora.

Respeitemo-nos mutuamente cumprindo as orientações emanadas por quem de direito, sejamos resilientes e tenhamos esperança pois o antídoto está aí.

Muita saúde e vida longa.

Imagem:Internet 

domingo, 15 de novembro de 2020

A RECORDAR A CART 6553/73

 

Na altura, 1º Sargento Oliveira 


QUEM NÃO SE LEMBRA DELE?

POIS É, QUEM NÃO CONHECE ESTE SENHOR? MAIS CONHECIDO POR "115", COM TODO O RESPEITO.

1º OLIVEIRA, SE VIR ESTE BLOG, ENTRE EM CONTACTO CONNOSCO (961029689).

UM ABRAÇO

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

PARABÉNS ANGOLA

 

46º ANIVERSÁRIO

AO POVO ANGOLANO UM ABRAÇO FRATERNO COM VOTOS DE PAZ, PÃO, SAÚDE E LIBERDADE DEMOCRÁTICA.

sábado, 7 de novembro de 2020

PARABÉNS AMERICANOS/USA

 


COM OS VOSSOS  VOTOS DEMOCRÁTICOS -  DE AMBOS OS LADOS - O MUNDO, HOJE E COM ESTA ELEIÇÃO, TORNOU-SE MELHOR: ONU, OMS, AMBIENTE, MULTILATERALISMO GLOBAL E, PARTICULARMENTE, COM A UE, RETOMAM A NORMALIDADE INTERROMPIDA COM A ANTERIOR ADMINISTRAÇÃO.

VIVA A LIBERDADE

VIVA A DEMOCRACIA

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AMERICAM/USA CONGRATULATIONS

WITH YOUR DEMOCRATIC VOWS - FROM BOTH SIDES - THE WORLD, TODAY AND WITH THIS ELECTION, BECAME BETTER: UN, WHO, ENVIRONMENT, GLOBAL MULTILATERALISM AND, PARTICULARLY, WITH THE EU, RESUME THE INTERRUPTED NORMALITY WITH THE AGE.

LIVE FREEDOM

LIVE DEMOCRACY

sábado, 17 de outubro de 2020

A RECORDAR: CART 6553/73

 

SONGO

O LOCAL - HOJE - ONDE ERA O NOSSO QUARTEL. AINDA SE NOTAM ALGUMAS MARCAS DO EDIFICADO.

A imagem é, como se vê, do Google, o círculo é do autor da publicação. 

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

CONTAS CERTAS/CONTAS ERRADAS /OPINIÃO

Piruetas à parte (...), vemos, agora, que as contas estão - como sempre deveriam ter estado - certas. Alguns iluminados, políticos e não políticos, vociferaram contra o terrível acerto das contas públicas... Como se isto fosse um crime de lesa pátria! Crime de lesa pátria foi o que nos levou à TROIKA, e já lá vão três, não queremos mais.

É engraçado que, num rápido olhar pelos jornais publicados no passado (não muito distante), alguns dos mesmos que ora se esgadanham por as contas estarem certas, então, batiam com a cabeça nas paredes gritando - e bem, nessa altura - que a desgraça deste país era não termos políticos que soubessem acertar as contas! Vá lá o António entender a verborreia destes 'entendidos' de meia tigela que diariamente nos enchem o saco com as suas escritas e comentários nos media.

Sabemos que as finanças nacionais não são a mesma coisa que as de uma família. Não se governa um país, como se governa uma casa. Mas... há uma coisa que não é diferente, quer no país, quer numa casa: não se pode gastar mais do que aquilo que se ganha. Isto é lapalisse e não há volta a dar.

Gritam por aí alguns que haver excedente é um desperdício, e que o mesmo devia servir para gastarmos - aumentar a despesa -  e que se lixe a dívida, que a paguem os nossos credores... Enfim, tolices de quem não sabe estar calado; não que não devam falar, mas por não terem ou não saberem o que dizer. E se estávamos habituados a ouvir este tipo de discurso a um segmento da sociedade, à esquerda, agora, espantem-se almas, passámos a ouvir dizer a mesma coisa, exatamente a mesma coisa: não às contas certas, que é um erro termos excedente, abra-se o cordão à bolsa e baixem-se os impostos, o mesmo é dizer que a dívida deve ser paga por quem nos emprestou o pilim.

 Lembram-se da história dos professores (9 anos, não sei quê, não sei que mais?), pois é, voltámos ao mesmo. Porque será que as maiorias negativas, à falta de argumentos, funcionam tão bem, tanto à esquerda como à direita? Nós não sabemos. Mas gostaríamos de perceber estas alianças... Porém sempre dizemos que seria bom um pouco de tino, ou se quiserem bom-senso, porque não vale tudo para alcançar o poder; assim, como não se deve governar a qualquer custo, só para deter o poder.

Outro aspeto a considerar é: quem fala verdade ou quem mente?
Pois bem, por via das dúvidas, nós acreditamos no Prof. Dr. Mário Centeno - vulgo o Centeno - porquê? Porque contra tudo e contra todos, os cá de dentro (Portugal), mas também os de fora: FMI, Comissão Europeia, OCDE, ele provou durante toda a legislatura anterior (4 Orçamentos/anos) que estava certo. Os outros erraram todos. É obra. Até irrita, não é?

Cada um é livre de pensar o que quiser, mas é avisado estarmos atentos aos factos. Quanto ao mais, resta-nos o consolo de que o povo português tem revelado mestria no ato da decisão. Que assim continue.
Imagem: Interne


quarta-feira, 19 de agosto de 2020

RECORDAR A CART 6553/73

O velhinho Unimog (burro do mato), sempre pronto para tudo. Até para o Cândido Silva pousar, com estilo, para uma foto.

Longa vida  companheiro

um abraço 

sexta-feira, 1 de maio de 2020

RECORDAR CART 6553 - ATENÇÃO - COVID 19




COMPANHEIROS,
o nosso anfitrião, MÁRIO PINTO, faz saber que, depois de consultar alguns camaradas, tomou a decisão de anular o convívio deste ano. É com pesar que o faz mas, não seria responsável, devido ao COVID 19, realizar este encontro nas atuais condições. "Na nossa idade, já corremos todos os riscos que tínhamos a correr", disse.
Assim, propõe-se organizar o encontro de 2021, no mesmo local e na mesma data.

AQUELE ABRAÇO

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

APOIOS À COMUNICAÇÃO SOCIAL, O QUE É ISTO?! / OPINIÃO

Ultimamente, temos ouvido Sua Excelência o Presidente da República a apadrinhar a ideia de que o Estado deve dar incentivos aos 'media' ou, por outras palavras, nós, os contribuintes portugueses, temos que pagar, através dos nossos impostos (Orçamento Geral do Estado), os Órgãos de Comunicação Social. É um direito, democrático, que lhe assiste. Mas também nos assiste a nós, cidadãos, o mesmo direito. Como contribuintes, já pagamos a RTP e a RDP. Podíamos entrar na demagogia e apontar o dedo aos ordenados de luxo e alto luxo, Chorudos que as vedetas, por exemplo, da TV recebem, mas não queremos ir por aí e, menos ainda, nem sequer nos passa isso pela cabeça, que isto se deva ao facto da notoriedade que, Sua Excelência  alcançou por ter sido trabalhador ou comentador nos mais diversos Órgãos da Comunicação Social. Devemos, isso sim, afirmar contundentemente que não é legítimo obrigarem-nos a pagar às empresas, falidas ou a falir, privadas (já basta o escândalo que foi, e ainda o é, de termos que pagar a banca que os 'banqueiros' estouraram); ocorre-nos até perguntar: onde estão os liberais defensores de: 'menos estado na economia'?
Aliás, estas empresas decadentes encontram-se nesta situação por sua única e exclusiva responsabilidade; tinham o dever e até mesmo a obrigação de saber que as pessoas não são estúpidas, burras e que, ao fim de algum tempo, descobriam que estavam a ser ludibriadas, deixando de comprar essas publicações, depois de tantas mentiras, falsas notícias, arrogância, e falta de competência, mais cedo ou mais tarde, isto viria inexoravelmente a acontecer.
A democracia necessita de comunicação social livre e independente. Mas isto só se consegue se ela não tiver o 'rabo' preso a nenhum poder; com verdade, responsabilidade, competência e a humildade de quem necessita do dinheiro do consumidor/leitor, e só deste, para exercer a sua atividade. Façam-no e verão como a situação se inverterá.
Não pagamos, não queremos pagar, e não pagaremos. Temos de deixar de ser trouxas e termos coluna vertebral. Basta desta mania quase 'doentia' de que o Estado é uma 'vaca onde todos vão mamar' e o povo tem que pagar tudo, até os negócios privados. Irra que é demais.
Pós-escrito: manda a verdade dizer que há algumas raras exceções que não se podem misturar nesta amálgama de tontices que grassam por aí na área da CS, mas, ainda assim, e mesmo a estes, não queremos dar-lhes o nosso dinheiro, dinheiro que não é dos governos e, com todo o respeito, nem do Sr. Presidente.
imagem da Internet

domingo, 16 de fevereiro de 2020

MAREGA

MOUSSA MAREGA
(Foto da Internet)




ABAIXO O RACISMO




PORTUGAL NÃO É ESTA ESCUMALHA.


UM ABRAÇO SOLIDÁRIO

sábado, 1 de fevereiro de 2020

RECORDAR A CART 6553/73

Impróprio para os mais sugestionáveis

ALGUMA VEZ VIRAM TANTOS PARA ENTERRAR UM?

E o animal nem sequer estava doente, instalou-se a peste suína na zona e lá se foi uma belíssima vara de suínos à terra.
A ideia era: alimentarmos os porcos (em pocilga) com as sobras e, depois, fazermos com eles um petisco de morder o beiço.
Sim, sim, já naquela altura nos preocupávamos com a reciclagem e lixo 0, e olhem, nem sequer necessitámos de nenhum PAN (Plano Alimentos Nutritivos), Isto era gente muito p'ra frentex. Que pensam, ó cambada?

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

ALERTA


ATENÇÃO PESSOAL

À VONTADE, MAS ATENTOS!


PORQUE ESTÁ NA HORA DE APONTAREM NA AGENDA A DATA DO PRÓXIMO ENCONTRO/CONVÍVIO:


DIA 27 DE JUNHO (SÁBADO) DE 2020 - EM FELGUEIRAS. OPORTUNAMENTE DAREMOS MAIS NOTÍCIAS, ESTEJAM ATENTOS E VISITEM O BLOG.
AQUELE ABRAÇO

sábado, 18 de janeiro de 2020

SEMPRE SURPREENDENTEMENTE BELA, A NATUREZA



O mote, a apanha da azeitona; o palco, Vale de Carvalho/Travanca; o cenário, a Serra de Bornes em Trás-os-Montes; em cena, a Natureza sempre diferente, sempre bela. A mudança das estações do ano ou a simples alteração do tempo meteorológico e ela transforma-se completamente. Mas sempre surpreendentemente bela.







"De verde foi o meu nascimento,
Mas de Luto me vesti,
Para dar luz ao Mundo,
Mil tormentos padeci..."







Apenas uma noite mais fria,
transforma um mero arbusto seco,
numa pérola de cristais.













Um ninho da  primavera esquecido,
enredado em cristais de gelo.








Singelas sementes do funcho/fiolho cristalizadas!

sábado, 11 de janeiro de 2020

PENSAMENTO EXTRAÍDO DAS 'CARTAS/AEROGRAMAS DA GUERRA COLONIAL'



homenageados? A historiadora Joana Pontes foi ler mais de 40 mil cartas da época e não tem dúvidas que sim.

A historiadora Joana Pontes defende ser "devida uma homenagem” aos militares mobilizados, que prestaram serviço na Guerra Colonial (1961-1974), a propósito do seu novo livro, “Sinais de Vida", publicado no final de novembro pela editora Tinta-da-China a partir da consulta de 44.000 cartas e/ou aerogramas trocados entre 1961 e 1974.
João Cabral Pinto
“Deve haver, da parte das pessoas de hoje, uma homenagem a esses militares, e perceber estas pessoas no seu contexto”, disse à agência Lusa Joana Pontes, depois da publicação do seu livro “Sinais de Vida", em que reflete sobre a correspondência trocada entre os milhares de militares destacados nos países então sob administração portuguesa, e os seus familiares e amigos, de 1961, quando a guerra eclodiu em Angola, e 1974, ano em que se deu a revolução que depôs a ditadura que sustentava o conflito.
“Há que perceber as pessoas neste contexto. E era obrigatório ir [para a guerra]. E a maioria foi em condições muito complicadas”, argumentou Joana Pontes.
“Além desse reconhecimento, em falta, há que dar a conhecer o que foi a circunstância da Guerra [Colonial] e a maneira como, de facto, as pessoas não percebiam muito bem o seu império”, disse a historiadora à Lusa.
“Sinais de Vida” resulta da tese de doutoramento em História de Joana Pontes, sobre a correspondência dos militares em contexto bélico, o que reconheceu “ser uma área de investigação muito pouco habitual em Portugal, mas que permite estar mais perto das pessoas comuns”.
A historiadora acrescentou que este tipo de universo de análise “é muito comum em França, Inglaterra, Espanha ou Áustria, sobre contextos como as duas guerras mundiais ou até a Guerra Civil espanhola (1936-1939)”.
“Foi gente que passou ali um muito, muito mau bocado"
Sobre as gerações que foram mobilizadas para a Guerra Colonial, Joana Pontes afirmou: “Foi gente que passou ali um muito, muito mau bocado, e lamento muito que não se preste a estas pessoas uma homenagem”.
“Lamento que não se preste a devida atenção e se reconheça que de facto eles foram servir a Pátria, e isso foi um ato de enorme generosidade; mas como a guerra foi considerada ilegítima depois do 25 de Abril de 1974, caiu-se tudo numa espécie de limbo, em que se prefere não falar nisso”, disse a historiadora, que considerou que “há agora uma oportunidade” de reparação.
“Eu acho que estes militares, os que foram mobilizados, sentem muito não serem reconhecidos, que não se reconheça o sacrifício. E, ao ler as cartas, acho se percebe o que foi a vida dessas pessoas, com 20 anos, separadas das famílias, durante pelo menos dois anos, lá longe, muito longe, num inferno”, argumentou, em declarações à Lusa.
Sobre a investigação, o ex-diretor do Arquivo Histórico Militar, Aniceto Afonso, escreve no prefácio que apresenta “um invulgar sentido de responsabilidade, num exaustivo e rigoroso planeamento”. Estimando tratar-se de um “contributo para a compreensão da Guerra Colonial que será indispensável conhecer e consultar”.
Joana Pontes, por seu lado, disse à Lusa que este seu trabalho “dá a  consciência do que foi o Estado Novo: uma vida sem perspetiva, uma vida muito, muito difícil e dura, das condições em que viviam".
"Quando a agricultura não dava, era um ano mau, havia fome. Nos bairros periféricos no Porto, havia umas casas onde chovia e as mulheres ainda iam lavar os carregos, como diziam, de roupas no rio”, recorda a historiadora.
"Um imenso drama coletivo”
Aniceto Afonso, no prefácio, diz que a obsessão de um pequeno país querer manter, pela via da guerra, extensos territórios além-mar, “acabou por envolver o povo português num imenso drama coletivo”.
“É tudo muito triste porque são jovens, com 20 anos, eles e suas noivas”, sublinhou por seu lado a investigadora, acrescentando: “Às vezes digo isso aos meus alunos, imaginem-se com 20 anos, lá longe, sem ninguém, foi terrível”.
Nas transcrições de algumas das missivas, na obra, são notórios os erros de ortografia, o que corresponde a uma “muito fraca alfabetização”, que era comum a quem era recrutado e aos que ficavam. O que constituiu "uma dificuldade à investigação".
Notificações
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A autora consultou 44.000 cartas e/ou aerogramas, estimando-se a correspondência deste tipo, entre 1961 e 1974, em 21.000 toneladas.
Além da família e amigos, os militares correspondiam-se com as “madrinhas de guerra”, jovens que lhes escreviam como um meio de apoio moral e psicológico. Algumas, como é referido no livro, tornavam-se namoradas e futuras mulheres.
A investigadora atesta ainda que “não havia uma politização clara": "As pessoas não sabiam exatamente o que se estava a passar no contexto internacional, porque é que a descolonização teria de existir. Este tipo de considerações não estava presente na mente das pessoas”.
A investigação destas missivas, colocando na narrativa histórica não apenas as élites sociais, políticas, militares ou religiosas, mas também "as pessoas comuns e a sua vivência dos factos", permite "compreender a política num sentido mais lato”, ao mostrar “como estas pessoas estiveram a viver esta missão e em que condições”.
O ex-diretor do Arquivo Histórico Militar, que assina o prefácio, afirma, por seu turno, que “a intransigência do regime português e a sua opção pelo conflito militar como solução para a questão colonial teve consequências extensas e cada vez mais profundas na sociedade portuguesa”.
Segundo números avançados nesta investigação, o recrutamento de mancebos em Portugal rondou os 600.000, tendo 300.00 combatido em Angola, 135.00 na Guiné-Bissau e 150.000 em Moçambique.
As cartas são “uma forma de diário”. E se só alguns escreveram diários, contou a historiadora, “certo é que todos escreveram cartas”, dando conta do seu estado de espírito, e das condições em que combatiam.

MadreMedia / Lusa
5 dez 2019 09:59
Atualidade
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Nota: por acharmos que este artigo, publicado no SAPO24, no dia 05/12/2019, é do interesse de todos nós, ex-combatentes, atrevemo-nos a copiá-lo, incluindo a imagem, para o blog.

PENSAMENTO

  “É O COMER QUE FAZ A FOME.   É O CORAÇÃO QUE FAZ O CARÁTER”                    Eça de Queiroz  Imagem: Internet