terça-feira, 26 de dezembro de 2017

A RECORDAR A CART 655373

Com o Advento chegou até nós o nosso camarada JOSÉ RIBEIRO. Encontrou-nos através do blogue, lá das terras gaulesas onde trabalha, e mandou-nos esta foto, assinalada, para que o reconheçamos e que abaixo se publica.

Cart 6553 - 1973/75, no Songo, Angola

Foi com alegria que recebemos esta boa-nova. E é com expectativa que aguardamos a sua presença no  próximo encontro em VILA NOVA DE FOZ CÔA (último sábado de junho de 2018).

A TODOS UM BOM ANO NOVO, com muita saúde, o resto virá por acréscimo.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

IPSS

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Imagem da Internet
IPSS-INSTITUICŌES PARTICULARES DE SOLIDARIEDADE SOCIAL (SEM FINS LUCRATIVOS), veja aqui. Ora quem funda uma instituição destas, com estes princípios, fá-lo com altruísmo e abnegação, logo, dando o melhor de si ao serviço dos mais fracos, desprotegidos, enfim, dos mais necessitados.

A par das IPSS há outras Instituições: Santas Casas, Bombeiros Voluntários, Fundações, Casa dos rapazes, não me ocorre outras, mas existam mais e todas têm os mesmos princípios e todas, ou quase, sendo privadas, recebem verbas do Orçamento Geral do Estado. É até vulgo ouvir dizer: "Nós somos Instituições particulares, o Estado, aqui, não mete o bedelho". Pois, mas mete lá dinheiro, muito dinheiro, em 99,9% delas. E, por isso, o Estado audita, anualmente, as contas destas Instituições, vamos dizer assim, os números grandes, não o faz, ao detalhe, fatura a fatura, isso acontece quando há uma inspeção, mas não é possível ter um inspetor em cada Instituição, elas são, em Portugal, mais de 10.000.

Estas pessoas, que fazem parte dos corpos dirigentes e que são voluntárias, merecem o nosso maior respeito e admiração. Estão, por isso, isentas de crítica? Não. De escrutínio? Não. Podem eles(as) fazer o que fez a Senhora da Raríssimas? Podem! Ela fê-lo. Mas não devem. Desde logo, pelos princípios que os levam a fundar ou a integrarem os Órgãos Sociais destas Instituições e, depois, porque a moral social o condena.

A propósito do caso da Raríssimas, veio ao de cima tudo aquilo que temos de pior.

A maioria dos media arroga-se estar na vanguarda do escrutínio social (ainda que, muitas vezes o faça de uma forma devoradora, trituradora, qual ventoinha que espalha m.... Por todo o lado sem olhar a ninguém), enfim, nada contra, antes pelo contrário, o princípio social da informação - a que todos temos direito - isenta, rigorosa, objetiva e com ética. Mas tudo contra a chafurdice da vida privada das pessoas. Destroem-se seres humanos, carreiras, instituições, tudo vale na voracidade de 'eu' dizer mais e pior do que 'tu'; pois só assim as audiências aumentam e consequentemente as vendas; e aqui é que reside o busílis da questão, todos andamos à cata dele - o vil metal - mas não pode valer tudo.

Este tipo de achincalhamento constante a estas pessoas que querem servir causas sociais - inclua-se aqui os políticos e os árbitros -, vai levar a que um destes dias, pessoa alguma queira fazer este trabalho na sociedade. É que ninguém merece ser tratado como a pior das ratazanas a quem se chama de tudo, de tudo, mesmo. Só porque as pessoas se propõem desempenhar um cargo social, remunerado ou não. Não é admissível. Não pode ser assim. A continuarmos neste trilho, estes lugares serão ocupados, cada vez mais, pelos menos aptos num futuro próximo. Pois só, mesmo, um inapto pode deixar-se chamar de filho da ... para cima e de ladrão para baixo, isto para só citar alguns dos impropérios com que são "mimoseadas" estas pessoas, porque o rol é muito maior e mais indecoroso.
Haja decoro e um pouco de decência. Já que o respeito é um valor que parece ter ido de férias.

Ainda no caso da Raríssimas, o que esta pessoa não pode é ser pura e simplesmente destruída na praça publica e, o que é pior, a Instituição, porque a montante há todo um trabalho merecedor de louvor que esta Senhora fez em prol das pessoas que frequentam a Instituição e, que dela - Instituição - dependem, por não haver outra que a substitua, uma vez que o Estado não chega lá. Isto não quer dizer que a Senhora não deva ser severamente condenada, socialmente e criminalmente (se for caso disso) pelos erros/asneiras que fez. Os deslumbramentos em regra levam a isto e têm custos pessoais muito elevados. Mas uma árvore não faz a floresta. É, pois, muito importante que os bem-feitores que tão generosamente têm contribuído com dinheiro ou géneros, o continuem a fazer sob pena de castigarem as crianças e adultos que tanto necessitam desta Instituição.

Nas horas más é que se agigantam os melhores de entre nós.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

É TEMPO DE NATAL

Imagem: Internet
Este tempo de Advento que vivemos, prepara-nos para a vinda - a chegada de Jesus.
Ele amolece os nossos corações, torna-os mais recetivos e harmoniosos ao espírito de Natal.
Com ele, vem também, o final do ano. E que ano tão conturbado!

Que os homens neste tempo da família, pensem nela e tudo façam para a proteger:
Acabemos com as guerras, as violências, os egoísmos, a fome e a pobreza;
Respeitemos a humanidade, os valores e os ambientes...

Que o novo ano abra as nossas mentes à educação, à inovação e ao desenvolvimento sustentado;
À partilha do trabalho, à compreensão, à tolerância e à ajuda de boa vontade.
A toda a humanidade, um bom e Santo Natal e um muito próspero Ano Novo.

Particularmente:
  A TODOS OS QUE SERVIRAM NA CART 6553/ SONGO
  AO SONGUENSES
  AOS PORTUGUESES



terça-feira, 28 de novembro de 2017

MACHIMBOMBO

Veja se sabe esta que me foi enviada pela minha amiga, Fátima Consciência 
Publicada: CIBERDÚVIDAS
Maximbombo é uma palavra portuguesa que significa elevador mecânico, mas que caiu totalmente em desuso em Portugal – mas, como se refere nesta anterior resposta, de uso corrente em Angola e em Moçambique.
O que se transcreve em baixo é a história – e a morte – do antecessor do emblemático elétrico 28 de Lisboa, conforme notícia da revista Ilustração Portuguesa n.º 386, em 17 de julho de 1913. Chamava-se, então, "Machimbombo da Estrela".
E, do que dela pelo menos parece legítimo concluir, é a comprovação de que a palavra machimbombo, provinda do inglês machine pump, já se usava em Portugal no início do século XX.



sexta-feira, 17 de novembro de 2017

ÁFRICA, VENTOS DE PURIFICAÇÃO ?


Sopraram ventos de mudança em África.

ANGOLA
Em Angola, o homem que os angolanos colocaram, através do voto, na cadeira da presidência, tem dado bastos sinais de mudança.
Está, agora, a meio dos míticos cem dias e já varreu com as cúpulas das empresas mais significativas do país! É obra.
Esperamos que os ventos, que parecem puros, e que sopram, lá da cidade alta, venham arejar as mudanças em curso e que sirvam, em primeiro lugar, para melhorar as condições de vida do digno e martirizado povo angolano; em segundo lugar, para reforçar e melhorar as relações com os povos de todo o Mundo e, porque somos portugueses, para que acabem os mal-entendidos que têm existido entre os nossos governantes e que se estabeleçam relações em plano de igualdade, fraternidade e amizade que, aliás, sempre existiram entre os povos das duas nações, pese embora os amuos dos poderosos.

ZIMBABWE
O Zimbabwe definhou, por obra de um presidente /rei absolutista e déspota.
Que os ventos que hoje sopram de Harare, sejam bons ventos e que, também aqui, sirvam para melhorar as condições de vida deste povo sofredor que bem o merece.
Um homem com 94 anos, não tem condições físicas (...) para se governar a si próprio e, por maioria de razões, um país. E não é reconhecido (Ao que parece também no Zimbabwe) às primeiras damas, governaram um povo em nome dos seus maridos.
Por falta de notícias, não convém que nos alarguemos em comentários de que mais tarde nos possamos vir a arrepender. Atrevo-me, no entanto, a desejar que os militares façam neste país, o que os militares portugueses fizeram, em 25 de abril, de 1974, em Portugal.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

ECONOMIA DE MÃE... OGE

Imagem da net

UMA LIÇÃO DE VIDA

Enquanto crescia, ouvia a minha mãe dizer – querida mãe que não tinha a quarta classe – «não podíamos gastar mais do que aquilo que recebíamos, e se recebíamos dez, só podíamos gastar nove».

Hoje, em minha casa, eu e a minha mulher, que, por acaso ou talvez não, também ouvia isto da sua mãe, seguimos este ensinamento e não nos temos dado mal. Ah, claro, não nos esquecemos de o passar à nossa filha.

Pensava eu que esta máxima também se aplicava a quem gere um país. Até por maioria de razão, pois o dinheiro do Estado é do povo e não de quem o governa.

Porém, ao tomar conhecimento do Orçamento Geral do Estado de 2018 deste nosso país – Portugal – fiquei pasmado. Não é que tudo o que se ganhou este ano foi-se todo, e olhem que foi muito! Até sobraram mil milhões de euros de receita acima da despesa! Não sei exatamente o que isso representa, mas sei que é muito. E aqui é que começa a minha burrice: ao invés de se aforrar metade e, vá lá, com a outra metade se alargar o cinto... Não, gastou-se tudo! Sim, lá se foi tudo nesse alargar de cinto.

E se amanhã nos acontecer alguma coisa? Ou pior, já aconteceu: metade do país ardeu e há mil casas e quinhentas empresas para reerguer. E com que dinheiro o vamos fazer? Vamos pedir emprestado? Mas, outra vez! Será que temos mesmo dificuldade em compreender as coisas? Como é possível, no século XXI e com tantos estudos, não perceber aquilo que as nossas mães e avós, nos séculos XX e XIX – muitas sem a quarta classe e algumas sem saber ler nem escrever – já sabiam, percebiam e aplicavam: aquela regra básica da gestão orçamental doméstica, quando havia dinheiro, é claro! Qual é a parte da equação que os nossos governantes não entendem?

Será que estamos condenados a, periodicamente (o que vem acontecendo desde pelo menos 1892), andar de mão estendida pelo mundo, a pedir dinheiro emprestado?

Não. Eu não quero isso para mim, para os meus filhos e para os meus netos. Chega de vergonha e de apertos de cinto.

Estou aposentado há 13 anos e, desde que me reformei, nunca mais fui aumentado. Pior, com a crise, até me levaram algum dinheiro. Mas entendo perfeitamente que, perante esta catástrofe que nos atingiu tão violentamente, não me aumentem por mais um ano e que, com esse dinheiro, se ajude as pessoas que sofreram (e sofrem) com os incêndios. No próximo ano, então, que se proceda aos aumentos a que tenhamos direito. Ninguém morreria por isso. Assim, gerir-se-ia (a meu ver) inteligentemente, por um lado, as exigências da União Europeia no cumprimento orçamental – graças a Deus que nos é exigido isto; o que seria se não existisse a UE? – e, por outro, as dos parceiros da coligação que, legitimamente, querem agradar ao seu eleitorado, dando-lhes mais dinheiro.

Mas compete ao governo gerir com inteligência, sensibilidade e mestria a coisa pública, dentro dos parâmetros a que, aliás, se propôs.

Se assim não for, e parece que não o é, resta-nos esperar que a conjuntura nos ajude e que os nossos governantes entendam, por uma vez, que não se pode governar a qualquer custo e que olhem, com olhos de ver, para além do umbigo.

Desculpem a minha irritação.

A.M.


quarta-feira, 25 de outubro de 2017

PORTUGAL DEU UM MERGULHO NO INFERNO

E não é que o diabo andou mesmo por aí!
De tanto gritarem por ele, o satanás chegou com a primavera (...)! Raposa velha sentou-se no alto da Serra da Estrela, bem lá em cima, para poder observar todo o nosso território.
E veio porque ouvira dizer que, nesta terra lusitana o clima, especialmente no tempo quente, era uma maravilha! E, como se sabe, do quente gosta o príncipe das trevas…
Nas suas deambulações por esse mundo imenso, ouviu dizer que este cantinho a Ocidente da Europa, mesmo à beira mar plantado, era uma maravilha: tinha uma luz deslumbrante, uma história muito antiga, o mais velho estado com fronteiras defendidas da Europa, uma cultura muito rica, monumentos lindos, praias extraordinárias,  paisagens naturais, diversificadas e belas, gastronomia e que gastronomia... E vinho, ah que vinho: ele é tinto, ele é branco, ele é rosé, ele é espumante, todos eles capazes de ombrearem com os melhores que há no Mundo e, que, por isso, são de se lhe tirar o chapéu e estalar a língua, ai que bons...Que de tão bons são capazes de dar largas à imaginação de quem os bebe, chegando mesmo a verem Baco - deus do vinho na mitologia - Mas, como o demónio não quer nada com Deus, fiquemos por aqui, pelo menos por agora, porque nunca se sabe o que o satã pode vir a aprontar no futuro.
Mas não é que o maléfico do anticristo, ainda viu mais: viu gente hipócrita, gente invejosa, gente gananciosa, gente corrupta, gente maldizente e esfregou as mãos de contente; mas, ficando mais atento, lá do alto do rochedo, começou a ver que também cá há muita gente boa, a maioria!  Gente de trabalho, gente honesta, gente solidária, gente resiliente no infortúnio e torceu o nariz; vai daí, aproveitando o calor de Junho e a malvadez de um dos seus apaniguados que ateava fogo a uma moita, começou a soprar, a soprar, a soprar fogo pela boca e pelas ventas, até que o fogo varreu tudo num ápice e tudo transformou em cinzas, até as pessoas, lá para os lados de Pedrogão Grande. Um inferno aqui, nesta terra de brandos-costumes, que tal tragédia nunca se havia visto.
Convencido, o chifrudo, de que já havia dado uma lição a esta boa gente que tem a mania de fazer o bem, pensou, lá para com os seus botões, que já podia ir para sua casa. Mas, de repente, começou a ouvir um turbilhão de verborreias: políticos despojados de qualquer sensatez inventavam factos onde os não havia, jornalistas desprovidos de qualquer ética profissional e pessoal, atiravam palavras, carregadas de gasolina, para o ar ardente e, gente, muita gente a opinar disparates como se fossem as maiores sumidades sobre a matéria em causa - os fogos - e, então, o anjo rebelde decidiu sentar-se, lá no rochedo, e ver no que isto ia dar: muita bazófia, falta de coordenação, o deixa andar que o tempo resolve tudo… Mas, também viu muita solidariedade, gente muito inteligente e sábia, gente empreendedora que arregaça as mangas e deita mãos à obra e, às tantas, pensou, muito furioso: esta gentinha não aprendeu nada e, vai daí, desce para a margem norte do rio Tejo e, novamente, aproveita-se de um bando de inconscientes que tendo ouvido dizer que a chuva, finalmente, vinha a caminho, desataram a fazer queimadas para que os verdes rebentos viessem mais depressa, às primeiras pingas de água, e o seu gado beneficiasse do pasto; e, ainda, com uns e outros, filhos do dito, à solta, que iam ateando o lume, o malévolo, volta a soprar, agora com mais raiva do que antes, soprou e fez sair o lume pela boca e pelas ventas varrendo todo o Norte deste pequeno torrão lusitano, tendo mesmo chegado à Galiza e tudo arrasou: homens, mulheres, crianças, casas, animais e tudo o que era verde, tudo, tudo isto sob um turbilhão de nuvens de fogo que evoluíam a uma velocidade incontrolável e indescritível; de tal forma esta realidade era dantesca que os animais morreram de pé e o vidro derreteu (o ponto de fusão do vidro é de 1500 a 1600 graus Celsius). E, tudo, o capeta transformou em cinzas. Ficámos com um país a preto e branco.
Será que depois da casa ardida, desta vez aprendemos alguma coisa? E, será que é agora que de uma vez por todas, pomos trancas às portas, deixando o apregoado maligno ir-se embora para assim podermos ter algum descanso? Será? Vamos ver.
Mas, à cautela, vamos pôr a barba de molho, um corno do lado de fora da porta e uma cruz do lado de dentro e vamos pedir a Deus que nos ajude e nos livre do demónio, porque aos cá de baixo, olhem… É isto.

E já agora, que anda toda a gente numa discussão filosófica muito interessante, de ver quem é que tem de pedir mais desculpas, pergunta-se:
- Todos achamos que o Estado falhou, verdade? Muito bem!
- Quem é o Chefe do Estado? O Presidente da República. Muito bem!
O Chefe do Estado pediu desculpa. Muito bem. E anda pelo país a confortar as pessoas e a ouvi-las. Muito bem.

O Primeiro-Ministro foi para Bruxelas pedir a Solidariedade da Europa para nos ajudar a recuperar da catástrofe. Muito bem. Que assim continue a trabalhar, para nos tirar desta situação catastrófica e claustrofóbica em que estamos metidos, por nossa culpa e a de todos os governos que é suposto nos terem Governado até este momento. Verdade?
Imagem da Internet

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

PORTUGAL CHORA!

Foto retirada da net
Chora todos os que tombaram pelo fogo que tudo varreu.

Chora por um Estado que não consegue assegurar a vida dos seus constituintes (os que formam este mesmo estado) que tem obrigação de defender – é esta a primeira das suas responsabilidades –; chora por ver os seus políticos e alguma comunicação social a entreterem-se a brincar com joguinhos de diversão política do tipo “o gato e o rato”, em cima desta tragédia que nos enluta.

Honra ao Chefe do Estado que nos representa com humanismo, sabedoria e sentido de estado.

É nestes momentos que os grandes Homens se elevam (lembremo-nos o que fez Marquês de Pombal).

Mais uma vez, os Portugueses, como sempre o fizeram nas agruras da vida coletiva, erguer-se-ão (desta vez das cinzas) e vencerão.

Viva Portugal e os portugueses.  

terça-feira, 26 de setembro de 2017

É TEMPO DE ELEIÇÕES

Imagem: Internet
AUTÁRQUICAS 2017
Estamos em tempo de discutir as políticas das autarquias!
Este é o tempo de se avaliar o que foi feito nos mandatos anteriores e de se discutir os projetos que os candidatos apresentam aos eleitores.
É, pois, natural e expectável que os, muitíssimos, candidatos das forças políticas e dos movimentos de cidadãos, se apresentem e discutam, uns com os outros e com os soberanos (o povo), as ideias e os projetos que (depois de retocados com as propostas que recolhem da campanha), tencionam levar a efeito durante o seus mandatos. É para isto que servem as campanhas, ou não é?
Porém, sempre que presto atenção ao que a pantalha diz, particularmente na hora dos noticiários, hora em que é suposto os profissionais da comunicação social informarem-nos  (com verdade, rigor, isenção e, já agora, a inteligência que é suposto estes doutos terem), o que é que vemos:
As forças políticas a discutirem, folclore à parte, política nacional: o OE, os aumentos, os exageros, os casos (alguns inventados, outros que o acaso põe na ordem do dia), e assim vai a campanha!
Pergunta-se: Será que os senhores jornalistas, como intermediários entre os políticos e o povo, não serão capazes de recentrarem a questão para o que é fundamental, opondo-se à espuma dos dias, e obrigando a que os políticos falem de políticas autárquicas?
Ou teremos de concluir que não há política local?
Pensamos que há. E há assuntos com interesse e prementes a discutir sobre as cidades, vilas, aldeias e lugares; o IMI e outros impostos e taxas autárquicas, o preço da água e do saneamento (onde o há e onde  não o há), as estradas camarárias e os caminhos rurais, os transportes (onde os há e onde  não os há), a limpeza, o apoio aos sem-abrigo, isto para só referir alguns temas que pensamos que interessam aos munícipes.
Então, então, o que é que andamos a fazer? É o tempo e a hora de agirmos. Não nos instalemos no cómodo lugar do que " isso é lá com eles" e depois passarmos o tempo a queixarmo-nos dos políticos.
É tempo de arregaçarmos as mangas, afiarmos as línguas (não as viperinas) e falar e lutar pelos nossos interesses locais.
E, já agora, porque no próximo domingo, dia 1 de outubro, é dia de irmos às urnas, não nos deixemos ficar em casa e vamos lá VOTAR. É isto que distingue um povo com maturidade política de um outro que não sabe o que isso é, por estarem sujeitos a ditadores.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

INCÊNDIOS

Imagem: Internet
Agora que a época dos fogos está a chegar ao fim, analise-se e discutamos tudo, agora sim.
Já muito foi dito sobre os incêndios que todos os anos queimam o nosso país, deixando-nos mais pobres. Mas, há sempre um novo ângulo pelo qual se pode dissertar (embora nos tempos que correm “piar” seja o verbo mais em voga, eu, como não sou conservador, digamos antes que, por razões de estilo, mantenho o verbo dissertar) sobre o assunto.
Aqui, proponho-me fazê-lo do ponto de vista - Segurança e Proteção Civil - a que cada um de nós tem direito enquanto cidadãos deste país - Portugal -, que tanto amamos: a nossa segurança física e a dos nossos bens e pertences.
É condição, para nos sentirmos seguros, termos a proteção destes bens. É um direito absoluto. Ora, aqui chegados pergunta-se: e a quem incumbe o dever de segurança e proteção? Em primeiro lugar, a cada um de nós individualmente e, logo a seguir, ao Estado.
Mas, o que observamos é que quer uns, quer outros, temos andado um pouco afastados destes deveres. Os cidadãos porque uns não limpam a carga energética das suas florestas (...), outros porque vão pegando fogos a torto e a direito e, o Estado por não ser capaz de pôr cobro a estas situações, prendendo e castigando severamente os incendiários (ou guardando-os se for o caso, para não reincidirem, durante o tempo mais quente do ano), e por não apagar os fogos com eficiência.
Quero, antes de continuar, louvar o esforço dos bombeiros que tão  abnegadamente se têm dedicado com afinco e dando o melhor de si, algumas vezes, infelizmente, até a sua vida, para nos salvarem e salvarem os nossos bens. A Eles o nosso reconhecimento e louvores que nunca serão de mais por tanta generosidade.
Temos no entanto que reconhecer que o país carece de uma força de intervenção altamente especializada, fisicamente bem preparada, e com os meios adequados para combater esta catástrofe que, com a regularidade cíclica do estio, nos afeta todos os anos e muitíssimo. Penso que serão necessários dois batalhões de homens e mulheres, um a Sul e outro a Norte, inseridos no exército, ou na GNR, mas parece-me que as Forças Armadas, por terem as outras duas valências, aviação e marinha, estarão mais bem posicionadas para absorver esta Força Especial, que possa estar pronta 24 horas por dia, 365/6 dias por ano, bem treinados e com disponibilidade total para poderem responder a esta e outras calamidades, prontamente, sem excitações e obedecendo de imediato ao Comandante; e, a esta Força, devem juntar-se a Força Aérea com os aviões de combate a incêndios (deixando, assim, de ser necessário contratar as empresas dedicadas a este negócio); a Marinha para as situações de cheias e em outras ações como foi visível agora; o famigerado SIRESP, para se acabar de vez com esta situação anacrónica de este sistema nunca estar operacional em situações de catástrofe; os Bombeiros voluntários, que não devem ser dispensados (de modo nenhum como é evidente), sempre que forem chamados a integrar esta Força, devem fazê-lo e submeterem- se ao respetivo Comando da Força Especial.
A esta hora, quem está a ler este artigo de opinião, interrogar-se-á: quem é este tipo para estar a opinar desta maneira? E sabe que mais, tem toda a razão! Não sou ninguém. Apenas um cidadão atento e, com alguma dificuldade, reconheço, pensante; que depois de ler o que a Unidade Militar de Emergência fez e disse acerca das nossas forças em presença no combate aos fogos, me obriga a ter o desplante de intervir, civicamente, nesta matéria, com vista a minimizar, para o futuro, este desastre: um  rombo nas finanças públicas, que, afinal de contas, são de todos nós.
Não esgoto com estas medidas a carência do que há, no domínio dos incêndios, por fazer, tal como: o cadastro do território, o emparcelamento, a ordenação florestal, o banco de terras, o aproveitamento da carga energética das florestas (biomassa). Mas, tudo isso já está discutido e escrito, pelo que me dispenso de o fazer. Não, sem contudo, antes, deixar aqui algumas notas: este nosso sistema de combate aos incêndios já deu o que tinha a dar, está demonstrado, temos que ser realistas. E quando assim é, diz o senso comum, ser bom parar para pensar. Julgo que com um pouco de humildade, devemos reconhecer a evidência e, para não irmos mais longe, olhar com olhos de ver, aqui, para os 'nossos irmãos', e aprendermos com eles, já que, o sistema deles resulta melhor do que o nosso! E, olhem, que não nos caem os parentes na lama por isso. É sempre tempo de aprender, cum raio.
Pergunto-me se, no meio de tantas ignições, não houve mão terrorista?
E, se a forma como a Comunicação Social, com toda a liberdade e o dever que tem de informar (com verdade e rigor), e, no caso, em particular, as várias estações de televisão pela força das imagens que difundiram, o fizeram da melhor maneira? A mim, pareceu-me que não. Não é com a repetição sucessiva e massiva, que se informa. Parece-me, até, que esta atitude pode induzir nos pirómanos a vontade de atearem mais fogos. Uma discussão que a Psiquiatria pode fazer, para, a todos, nos esclarecer.
Por último, vi as pessoas, quando os fogos rodearam as suas casas molharem-nas, bem como aos espaços envolventes, o que me pareceu bem; mas, sempre que via isto, pensava se não seria mais eficaz colocar (antes dos incêndios) nas cumeeiras dos telhados e nas paredes que rodeiam as habitações ou quintais, aspersores?
E com esta dica, por aqui me fico com a certeza de que unidos, com inteligência, e a vontade que não nos deixa quebrar, faremos destas cinzas uma nova floresta, amiga do ambiente e, consequentemente, do homem.



sábado, 2 de setembro de 2017

" Fazenda do café no Uíge ainda faz mexer - todos os dias - o "velho Dias"

Imagem:Internet
Ao puxar esta "REPORTAGEM
DO DIÁRIO DE NOTICIAS - LUSA de 19 de agosto de 2007" - para este blog, faço-o lembrando-me dos velhos pioneiros d'aquém e d'além mar que, destemidamente, entraram nas matas e desbravando-as fizeram brotar daquelas terras - do Norte de Angola - estas pequenas bagas rubras que valem ouro.
__________________
"Às primeiras horas do dia Joaquim Dias faz-se à estrada, sete quilómetros a pé, a caminho da pequena fazenda de café nos arredores da cidade do Uíge, que possuiu desde a saída dos colonos portugueses de Angola, em 1975, rotina inalterada, mesmo com 85 anos.
Conhecida como "a província" do café em Angola - que no tempo colonial chegou a ser o quarto maior exportador do mundo -, o Uíge conta atualmente com mais de 9.000 pequenos produtores registados, com plantações de alguns hectares, como é o caso da fazenda "Canjongo", do "velho Dias", como é tratado por todos.
"Gosto disto, gosto do meu trabalho. E com esta fazenda tenho alimentado e mantido a minha família estes anos", começa por contar, à conversa com a agência Lusa.
Tudo começou com a saída dos colonos portugueses que faziam a produção de café naqueles terrenos, como atesta a vizinha fazenda Alto Minho que ainda hoje mantém o nome original. Quanto a Joaquim Dias, ao ver a destruição e abandono dos cafeeiros existentes na agora sua fazenda, mexeu-se e conseguiu ficar com os 45 hectares, que ainda hoje são o seu sustento.
"Quando senti isso, com a destruição das plantas e queima para carvão, tive de ir para Luanda, para o ministro da Agricultura, e consegui a minha fazenda", recorda, sobre o ano de 1975, quando passou a cultivar o café.
Hoje são 15 hectares só de café, com 16.500 pés, que lhe garantiram, na colheita deste ano, concluída a 12 de julho, 15 sacos, cada um com entre 70 a 75 quilos. Ainda assim, menos de metade face a 2016, quando chegou aos 42 sacos.
A crise angolana, com a falta de apoios financeiros à produção, e a seca, face à falta de chuva, ajudam a explicar a "confusão na cabeça" que a colheita de 2016 provocou a Joaquim Dias, que ainda assim garante ter os pagamentos aos 10 trabalhadores em dia.
"Foram 28 dias a fazer a colheita com um grupo que veio de fora, para ajudar. Não devo nada", garante.
Vai vender a colheita de 2017 a 200 kwanzas (um euro) cada quilo, sempre para o mesmo comprador, em Luanda, que depois o revende.
"É o suficiente, chega. Mas amanhã pode aparecer alguém a dar mais. É o negócio", brinca Joaquim, que já tenta passar o negócio para o filho mais novo.
"Já registei as coisas em nome dele e tudo, para continuar com isto", diz.
Ainda assim, garante que para já tem força para manter a rotina diária de ir para a fazenda, onde colhe ainda banana, abacaxi e a partir do próximo ano também com as primeiras 1.000 plantas de cacau, para "experimentar".

No entanto, e num país tomado pelo negócio do petróleo, que agora está em crise, o café continua a ser a paixão de Joaquim: "O café tem mais vantagens que o petróleo, não vamos só confiar no petróleo, porque o café é que construiu [tempo colonial] as cidades, Luanda, Uíge e até o Huambo", remata."


sexta-feira, 18 de agosto de 2017

LAS RAMBLAS

ESPANHA: Foto da Internet
Juntos pelos nossos valores. Não nos renderemos. A resistência faz-se continuando as nossas vidas como antes destes bárbaros ataques terroristas.
Aos nossos irmãos ibéricos em geral e a Barcelona em particular a nossa solidariedade; aos feridos um abraço fraterno e que se restabeleçam rapidamente; às famílias que perderam os seus familiares os nossos sentidos pêsames; e aos que partiram, que as suas almas descansem em paz.


terça-feira, 15 de agosto de 2017

MAIS UMA TRAGÉDIA

MADEIRA - Foto: Internet
Estamos solidários com os madeirenses em geral e em particular com os feridos, votos de rápidas melhoras; e de luto com as famílias atingidas por mais esta brutal tragédia, a vós, os nossos sentidos pêsames e paz aos que partiram.

GUERA AOS DRONES!!!


Foto:Internet
Agora sim, senhores políticos, podem e devem discutir até à exaustão. Está na hora de tomarem medidas a sério se não querem que um dia destes haja uma catástrofe com um avião.
O povo quando vota. fá-lo com a intenção de vos outorgar o poder de o governar (a todo o poder político). Ora, quando há na sociedade pessoas que, consciente e irresponsavelmente, atentam contra a segurança da comunidade, torna-se evidente a necessidade de se tomarem medidas drásticas para pôr cobro a tais desmandos.
Têm acontecido, ultimamente, vários incidentes por causa desses irresponsáveis ; mas, recentemente, ocorreram dois casos, de tal modo graves, que obrigaram duas aeronaves a abortarem a aterragem e uma delas a ter de divergir para o Porto. Tal vai a desfaçatez da brincadeira!
E, já agora, um exemplo radical a quem de direito: o exército, dos EUA, foi autorizado a abater todos os DRONES que estejam a voar em locais proibidos! Por uma vez estou de acordo com o Sr. Presidente! Para grandes males, grandes remédios. De uma coisa estou certo: de incidente a incidente,  o acidente é inevitável. Agir já, para não termos de nos lamentar amanhã.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

O BREXIT A INGLATERRA E A UNIÃO EUROPEIA


Imagem retirada da Internet
Sempre foi longo e hesitante o processo de adesão da Inglaterra à então CEE; e para que isso acontecesse (em 1973), foi necessário que este embrião da EU cedesse às muitas exigências do Reino Unido. Isto fez com que a integração europeia marcasse passo durante muito tempo; depois, em 1990, mais um tropeção, a Inglaterra, mais uma vez, hesitante, ficou de fora do tratado de Schengen (só aderiu em 1999). A Inglaterra sempre com um pé dentro e outro fora.
Mais tarde, e já depois de muitas ameaças, em 2010, O Sr. David Cameron, nas eleições, prometeu fazer um referendo sobre a permanência do Reino de Sua Majestade, Rainha Isabel II, mas não o fez, mentiu, com medo dos danos que uma saída poderia causar ao Reino! E, assim foi, de ameaça em ameaça por parte do Reino Unido e de cedência em cedência da UE, até que um dia, o velho Reino teve de cumprir: convencido – o primeiro-ministro – que o povo diria que não e, nisto, diga-se, foi acompanhado por uma larga faixa do eleitorado jovem que, no dia das eleições, ficou em casa a pensar que os pais resolveriam as coisas por si, porque isto de votar “é coisa de velhos”. Este desinteresse dos jovens pela coisa política é, entre outras, motivada pela superproteção dos pais que lhes proporcionam muito conforto e superabundância, aliada à demagogia dos políticos que tudo prometem sem medirem as consequências para ganharem votos, e fez, no caso inglês, porque deles estamos a falar, esta coisa absurda que foi o BREXIT. Afinal, a tal grande faixa de jovens não queria nem quer e disso deu testemunho nas manifestações que se seguiram, à recente votação, e que em larga escala votaram, agora, no Partido Trabalhista, ou como alguns preferem dizer no Sr. Jeremy Corbyn; um pouco atrasados, é verdade, mas nunca é tarde para se emendar um erro.
Tudo isto acontece a um povo que julga de si próprio, ser o mais sensato, inteligente e, consequentemente, superior aos restantes povos; e faz uma destas. Vamos lá entender isto!
Mas a verdade é esta Sr.ª May: quem tudo quer, tudo perde, diz o povo cá do meu burgo! E olhe, cá para mim, que pertenço ao submundo dos do Sul, tenho como certo que Vossas Mercês, ainda voltarão para o concerto da EU. É tudo uma questão de tempo... E quando isso acontecer, recebê-los-emos (nós europeus) de braços abertos e faremos uma festa de grande regozijo.

Um abraço e até breve, queridos ilhéus 
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BREXIT ENGLAND AND THE EUROPEAN UNION

England's accession to the then EEC was always long and tentative; and for that to happen (in 1973), it was necessary for this embryo of the EU to yield to the many demands of the United Kingdom. This made European integration a step for a long time; then, in 1990, another stumbling block, England, once again, hesitantly, stayed out of the Schengen treaty (it only joined in 1999). England always with one foot in and the other out.
Later, and after many threats, in 2010, Mr. David Cameron, in the elections, promised to hold a referendum on the permanence of Her Majesty's Kingdom, Queen Elizabeth II, but he did not, he lied, for fear of damage that an exit could cause the Kingdom! And so it was, from threat to threat on the part of the United Kingdom and from grant to grant from the EU, until one day, the old Kingdom had to comply: convinced - the Prime Minister - that the people would say no and, in this , it must be said, he was accompanied by a large group of young voters who, on election day, stayed at home thinking that parents would work things out for themselves, because this thing about voting "is something for old people". This lack of interest in politics by young people, among others, is motivated by the overprotection of parents who provide them with much comfort and overabundance, coupled with the demagogy of politicians who promise everything without measuring the consequences to win votes, and did, in the English case, because of them we are talking about, this absurd thing that was BREXIT. After all, such a large group of young people did not want or want and testified of this in the demonstrations that followed, the recent vote, and that in large scale they now voted for the Labor Party, or as some prefer to say in Mr. Jeremy Corbyn; a little late, it is true, but it is never too late to make a mistake.
All of this happens to a people that judges itself to be the most sensible, intelligent and, consequently, superior to other peoples; and do one of these. Let's understand this!
But the truth is this Mrs. May: whoever wants everything, loses everything, says the people here in my village! And look, here for me, that I belong to the underworld of the South, I am sure that Your Mercies will still return to the EU concert. It is all a matter of time ... And when that happens, we will welcome you (us Europeans) with open arms and have a party of great joy.

A hug and see you soon, dear islanders

quarta-feira, 12 de julho de 2017

TANCOS


Foto: Internet
Fiz o Serviço Militar Obrigatório de 1972 a 1975 e, nesse tempo, a guarda dos Quartéis e consequentemente dos PAIÓIS era feita pelos militares, homens que, in loco e por via da escala de serviço, faziam a guarda – sentinelas – às zonas mais sensíveis das respetivas Unidades Militares.
Não havia, naquele tempo, as tecnologias que hoje existem e que, por existirem, devem ser postas ao serviço dos homens e das Instituições para lhes dar um upgrade a fim de os ajudar a melhorar o desempenho das funções que, a cada um, incumbem.
Da experiência que adquiri do tempo em que fui militar, não vejo como é que alguém que não seja militar possa fazer a guarda dos Quarteis, paióis, enfim, o que se queira e que, às Forças Armadas diga respeito.
Voltando a socorrer-me das aquisições que fiz na altura em que servi a pátria na guerra colonial, sei que a escala de serviço era feita na Secretaria das Unidades Militares, pelos Amanuenses, chefiados, a maior parte das vezes, por Sargentos; este documento só entrava em vigor depois de sair na Ordem de Serviço e que era assinado pelos Comandantes das respetivas Unidades Militares. Isto é tão básico que, como ilustração, atrevo-me a contar-vos que quando dormia (no Quartel) o fazia sempre com a arma (que me fora distribuída) à cabeceira da cama e quando saía em operações, quando dormia, estava abraçado a ela e, mais, quando tinha que satisfazer as necessidades fisiológicas a pousava nos joelhos, mas sempre agarrado a ela e com o dedo na guarda do gatilho (falo da velhinha G3, claro está).
Ora, de acordo com o que atrás ficou exposto, a haver responsabilidades por eventuais falhas de segurança, elas são inevitavelmente assacadas aos Senhores Comandantes e eventualmente ao Oficial e Sargento da Guarda ou ao soldado do posto de vigia, se este não estiver lá ou estiver a dormir.
Assim, não vejo como é que o Sr. Chefe do Estado-maior do Exército ou o Sr. Ministro tenham que ser os responsáveis de uma falha, grave, desta natureza, que denota incúria e laxismo.
Só a politica baixa, fraca e sem nada que dizer, pode alvitrar a demissão destas pessoas.
São os Militares, e só eles, que têm de assegurar a guarda do material que o país lhes entrega, pois são eles a quem os portugueses incumbem a orgulhosa missão de assegurarem a defesa, em última instância, da Nação. Tenham mais brio, trabalhem e não se escudem com a falta de dinheiro; isso é uma afronta às muitas famílias, com filhos, que têm de viver com 500€ por mês.
 Tiro o meu chapéu ao Senhor General, Chefe do Estado-maior do Exército, que, sem tibiezas, com frontalidade e fazendo jus à ética Militar, soube, contra muitos, assumir a responsabilidade da falha gravíssima em que caíram aqueles Militares.

Outra coisa, senhor ministro, é a perceção. A perceção de que alguma coisa vai mal nas fileiras das Forças Armadas!
Quando as Forças Armadas andam na Comunicação Social, não é bom: elas devem ser eficientes, eficazes e discretas. Mas quando se fala das Forças Armadas pelas piores razões é muito mau. E de há uns tempos a esta parte, são já sucessivos os casos maus, muito maus e péssimos que trazem à baila as Forças Armadas: é o caso da alegada homofobia nos Pupilos do Exército, o caso da terrível morte dos Instruendos dos Comandos, o caso da alegada corrupção na Força Aérea e por último o caso de Tancos.
São muitos casos. Sintoma de que algo vai mal nas Forças Armadas e, aqui, sim, Senhor Ministro e senhores políticos, devem pôr-se em alerta, fazerem uma análise profunda e aprofundada, sem estridência e sem histerismos desnecessários e tomarem as medidas que se impõem porque o caso antevê-se gravíssimo. E sem querer ser profeta, Senhor Primeiro-Ministro e Senhor Presidente da República, Excelências, com o mais elevado respeito, se nada for feito, um dia destes a República vem abaixo e com estrondo.
PS: Também não entendo, por incapacidade minha, certamente, que, no caso de Tancos, haja uma autoridade (MP) que, alegadamente, tenha sido alertada para esta situação e não tenha alertado quem de direito para este facto!
Será que esta autoridade assumiu, ela, a guarda do local? Tendo para o efeito colocado homens especializados no terreno para apanhar os ladrões, fossem eles quais fossem e por isso manteve o segredo (o tal segredo de justiça que alegadamente tantas vezes é publicitado…)? Se assim foi, outro buraco se abre a merecer a atenção do Legislador, ou não será assim?



terça-feira, 11 de julho de 2017

EM AVEIRO FOI ASSIM/2017

Atrasado, mas é com muito prazer que aqui estou a dar conta de mais um dia bem passado na companhia dos camaradas e famílias presentes em mais este convívio. É de realçar que todos os anos aparecem mais senhoras, o que é muito bom, sinal de que são bem recebidas, muito obrigado pela gentileza.
É sempre com emoção e muita alegria que nos revemos. A partilha de recordações e o bate papo de tantas coisas que nos aconteceram durante um ano é muito reconfortante.
AVEIRO sempre bela
Agradecer à Comissão Organizadora: Matos, Alexandrino e Neves, pela forma amistosa e diligente como nos receberam, muito obrigado.
Como sempre acontece, ficou já marcado o dia do próximo encontro - 30 de JUNHO de 2018 - o Manarte, será o nosso anfitrião e receber-nos-á em Vila Nova de Foz Côa, linda terra do Alto Douro Vinhateiro e Região classificada pela UNESCO como Património da Humanidade.
Oportunamente serão dadas mais informações.

VELHOTES, MAS MUITO FRESQUINHOS AINDA  

PRATO VAZIO NÃO ENCHE BARRIGA

AGUETEM QUE O RANCHO JÁ AÍ VEM

VAIDOSOS

DISCURSO DE BARRIGA VAZIA, NÃO.

QUEM ESPERA SEMPRE  ALCANÇA


domingo, 18 de junho de 2017

TRAGÉDIA EM PEDRÓGÃO GRANDE

 
Foto: Internet 

Perante a dimensão de tal tragédia, o país fica de luto!
A nossa solidariedade, sentida, para com os familiares e rápidas melhoras aos acamados.
Um abraço fraterno a todos os que trabalham para porem fim a esta situação dificílima, muito obrigado pelo vosso esforço e a vossa abnegação.  
                                        
Foto: Internet
AOS QUE TOMBARAM
PAZ ÀS SUAS ALMAS.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

NOTÍCIAS DO SONGO


A RECUPERAÇÃO PELO TRABALHO

Ao que leio na ANGOP a “unidade penitenciária militar do Songo” põe “os reclusos a produzir mandioca, banana, abacaxis, milho, feijão, palmeiras, hortícolas…” e, ainda, desenvolvem competências na “aquicultura.”; os produtos obtidos pelo trabalho destas pessoas são para consumo no “Comando da Região Militar Norte” onde se integra também o “Hospital Militar”.
Com este trabalho, estou certo, estas pessoas que um dia atentaram contra o bem-estar de terceiros, facilmente conseguirão inserir-se na sociedade, deixando para trás a vida de delinquentes. Considero que não há nada pior para a recuperação de uma pessoa do que o ócio (não o ócio de férias/descanso que esse só faz bem, refiro-me ao ócio permanente ou de longa duração). Estão pois de parabéns, mais uma vez, os songuenses.



quinta-feira, 1 de junho de 2017

UMA QUESTÃO DE RELÓGIO!!!


Foto: Internet
Não consigo entender o porquê de tanto ruído à volta de um “pobre” rapaz que se esfalfa a estudar e que por ter receio de chegar atrasado às aulas, alegadamente, comprou um relógio (cuja imagem se reproduz), e que o fez, graças ao seu apuradíssimo sentido de poupança, com as paupérrimas reservas da sua magra mesada.
 – Ah, mas o relógio tem isto e mais aquilo, ele (o pobrezinho do rapaz), podia assim e mais assado… 
– Claro que sim, vossas excelências têm toda a razão. Mas não é que o “pobre” do menino é d’olhão! Sim, tem um olho grande, só olha para o que é bom – o malandreco; pois se havia tantos relógios à escolha, o magano do garoto, inteligente, fez-se àquele. Os "ricos" não faziam assim, não. Esses deitavam a mão a uns… digamos assim, mais fraquinhos, afinal de contas este só custou, alegadamente, a módica quantia de €500.000,00, não é verdade? Mas este rapazola aprendeu e muito bem com o papá! Pois, não é burro, não senhor.
E nós,  falamos, falamos porque estamos ruidinhos..., não é mesmo?

Ó gentes do nosso Mundo, abram a pestana.e

terça-feira, 11 de abril de 2017

25 DE ABRIL DE 1974

Foto: 25 de Abril 1974 - Internet
Quando me preparava para escrever sobre o 25 de Abril – neste blogue – lembrei-me de que talvez não fosse má ideia ir vasculhar a história e, para isso, nada melhor do que o fazer na Universidade de Coimbra/ Centro de Documentação 25 de Abril © 2012
Ah! Sim, estarão alguns a interrogar-se, porquê vasculhar a história, se és um kota e viveste os acontecimentos?
Porque, ao fim de 43 anos, alguns de nós já esquecemos e outros ainda não sabem o que aconteceu aos nossos países com o advento desta data que marcou, indelevelmente, as nossas vidas para o futuro; para uns a Democracia, para outros a Independência, não é coisa pouca. Mas há, ainda, aqueles que sofreram com este processo e que não devem ser esquecidos – os colonos. Para todos nós, aqui fica o relato do que a História registou:

“FIM DO IMPÉRIO
O golpe de Estado do 25 de Abril de 1974, levado a efeito por militares dos três ramos das Forças Armadas, dirigidos pelo MFA, pôs fim a 41 anos de Estado Novo e a 48 anos de ditadura em Portugal. Ao 25 de Abril seguiu-se um período revolucionário que  transformou radicalmente o Estado e a Sociedade. Em apenas dois anos, Portugal sofreu a mais profunda mudança na sua história não só do ponto de vista  do sistema político, mas também nas concepções, estruturas e relações sociais e económicas. As independências dos territórios coloniais, ocorrida entre Outubro de 1974 e Novembro de 75.
  A guerra colonial constituiu a motivação dominante do MFA para conceber e preparar um golpe de estado contra o regime. O golpe de Estado obedeceu a um planeamento muito cuidadoso e a execução de grande eficácia, baseada em princípios militares muito simples (surpresa, coordenação e concentração de forças)
  O sinal utilizado pelos golpistas foi uma canção de José Afonso "Grândola, Vila Morena", transmitida pela rádio Renascença. Estava assim iniciada a revolta.".


… "Quanto a Angola, considerando as previsíveis dificuldades de aproximação dos três movimentos de libertação e a amplitude da comunidade branca angolana, o Presidente da República, e de forma geral os órgãos de soberania portugueses, interrogava-se legitimamente sobre a melhor forma de levar à prática a descolonização. Com efeito, os altos interesses em jogo no território angolano quer do ponto de vista da África do Sul e dos países ocidentais, quer do ponto de vista da União Soviética e dos seus aliados faziam adivinhar o alargamento de um confronto à margem de Portugal. Na  sequência de várias decisões, Spínola encontrou-se com Mobutu na ilha do Sal, em 15 de Setembro, reunião que se revestiu de grande  sigilo, mas cujo objectivo foi a questão de Angola. As iniciativas de Spínola tiveram ainda alguma continuidade quando, em 27 de Setembro, exactamente nas vésperas da sua ruptura com o novo regime, recebeu uma delegação das «forças vivas de angola», a quem apresentou «as linhas gerais do programa de descolonização daquele território», o seu último acto oficial relativo a tal matéria. Três  dias depois, Spínola renunciaria ao cargo.
  Com Costa Gomes na Presidência da República não diminuíram as preocupações com a descolonização e, em especial, com a resolução do caso de Angola.
  O processo de negociações conheceu várias frentes, desenvolvendo-se essencialmente em torno de acções da Presidência da República, do ministro Melo Antunes, do ministro dos negócios estrangeiros e das autoridades portuguesas de Angola. Neste período, uma primeira frente de conversações desenvolveu-se em direcção à FNLA, a partir de Kinshasa, onde esteve presente uma  delegação portuguesa em 11 e 12 de Outubro, prosseguindo estas conversações, alguns dias depois, em Luanda. Ainda durante o mês de Outubro, no interior de Angola, encontraram-se delegações de Portugal e do MPLA, vindo a ser acordado um cessar-fogo.
  Entretanto, várias diligências  ao nível diplomático e político procuraram desbloquear algumas desconfianças mútuas e várias dificuldades práticas, até poder ser anunciado, os últimos dias do ano, uma cimeira dos três movimentos em Mombaça, preparatória de uma plataforma comum perante o Governo português. Efectuada esta nos primeiros dias de 1975, foi possível dar mais um passo em direcção à assinatura de um acordo global, com realização, no Algarve, de uma cimeira dos três movimentos e de Portugal, entre 10 e 15 de Janeiro. Neste último dia foi assinado o Acordo de Alvor, que definia um modelo de transferência de poderes e criava os instrumentos-base do entendimento mútuo e do esforço comum no sentido de Angola se tornar num Estado independente a partir de 11 de Novembro de 1975. Contudo, os interesses brevemente silenciados não tardaram a fazer-se ouvir, desfazendo em migalhas as esperanças de Alvor. Sem que a data da independência tivesse sido posta em causa, o edifício constitucional laboriosamente construído durante as conversações acabou rapidamente por ruir.”.

Contudo, foi com esta proclamação, lida pelo Almirante Leonel Cardoso, Governador de Angola, que, às 12:20 horas, no dia 10 de novembro de 1975, no Palácio do Governador, em Luanda, Portugal entregou Angola aos angolanos na data acordada:

"Portugal nunca pôs, nem poderia pôr, em causa a data histórica de 11 de Novembro, fixada para a independência de Angola, que não lhe compete outorgar, mas simplesmente declarar. Nestes termos, em nome do Presidente da República Portuguesa, proclamo solenemente - com efeitos a partir das 00,00 horas do dia 11 de Novembro de 1975 - a independência de Angola e a sua plena soberania, radicada no Povo Angolano, a quem pertence decidir as formas do seu exercício...". (Excerto transcrito a partir do blogue dos CAVALEIROS DO NORTE/BCAV.8423):



quarta-feira, 8 de março de 2017

ANGOLA E PORTUGAL ANDAM DE CANDEIAS ÀS AVESSAS



De quando em vez, lá sou obrigado (por razões da agenda do que se diz) a sair do meu terreno de conforto e a entrar na política superficial.

Desta feita porque as autoridades angolanas e portuguesas andam de novo de candeias às avessas. Mas, isto, por princípio, não é grave; é um pouco como quando dois irmãos se zangam e um faz queixa aos pais, e estes querem saber das razões para avaliarem da gravidade da zanga: se é daquelas quezílias que passado algum tempo passam e tudo volta ao normal, ou se é alguma coisa mais séria e a necessitar de alguns reparos para as coisas se comporem e tudo voltar à normalidade.
Ora, importa dizer que (segundo o Jornal de Angola), a queixa, desta vez, tem a ver com a divulgação pela comunicação social de um caso em que, supostamente, o Ministério Público português acusa um membro do governo de Angola de corrupção.
Quanto a isto, e a ser verdade o que li na comunicação social, estou absolutamente de acordo com esta queixa e subscrevo-a por baixo. Não é admissível que casos desta natureza sejam dados a conhecer pelos órgãos de comunicação social, antes de os interessados, deles, tomarem conhecimento pelas vias oficiais.
Este é, aliás, um problema com que o nosso país (Portugal) se defronta. É absolutamente necessário que nós (o legislador – Assembleia da República) o resolvamos com coragem e sem subterfúgios, sob pena de, a prazo, a nossa Democracia vir a ter problemas.
Já quanto ao suposto “conteúdo” é outra coisa. Importa dizer que Portugal é uma República Democrática de corpo inteiro. E sem termos a pretensão de darmos conselhos de democracia a ninguém, reafirmamos que a nossa Democracia contêm vários Órgãos de Soberania e que estes são independentes e não interferem uns com os outros. E isto está, aliás, na base do funcionamento da nossa Democracia. Assim é, e assim queremos que continue a ser.
Mas isto não obsta a que não possamos ou até mesmo devamos melhorar, aqui e ali, o funcionamento desta ou daquela situação, como, por exemplo, as supostas fugas de informação que se verificam amiudadamente no nosso sistema de justiça.
Termino como comecei, com bom senso e vontade de se preservar os superiores interesses dos nossos povos. Estas escaramuças não contêm, em si, nada de substancial que possa pôr em causa a relação amistosa destes dois irmãos.



segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

UÍGE DE LUTO


Foto da net

A tragédia abateu-se sobre o povo do Uíge.
Às famílias enlutadas e aos uigenses em geral, os nossos pêsames e a nossa solidariedade.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

MIÚDOS SEM PAIS


"As crianças são como as flores,
têm que ser cuidadas"



“...  Os meus pais morreram quando eu tinha quatro anos, o meu pai na guerra civil contra a UNITA e a minha mãe, logo a seguir, de doença. Os meus irmãos desapareceram e eu fiquei sozinho no Cazenga (o meu bairro). Um dia ouvi os vizinhos dizerem que a polícia vinha buscar-me para um orfanato! Não sabia o que queria dizer essa palavra e pensei que me iam prender. Aterrorizado, fugi e acabei num outro bairro. Mais tarde, soube que era o Prenda. Extenuado, adormeci debaixo de um alpendre de uma casa. A dona acordou-me ao outro dia, de manhã bem cedinho, e perguntou-me:

– O que fazes aqui, rapaz?

– Acordei estremunhado, mas com a insistência da senhora, contei-lhe o que me tinha acontecido e a senhora generosamente acolheu-me. Acabei a engraxar sapatos no aeroporto até que um dia a mãezinha, assim passei a chamar a senhora, disse-me que tinha que ir para a escola para aprender a ler e a escrever, para ser um homem! E, quando fiz sete anos, pegou-me na mão e levou-me à escola para me inscrever. Como não tinha documentos e só sabia que me chamava Ambrósio, não pude ser inscrito! Ficou combinado que quando levasse os papéis me fariam a inscrição. Não sei como, mas uns dias depois, a mãezinha já tinha o meu Registo e disse-me que o meu nome era: Ambrósio da Silva Prenda! Voltou a levar-me à escola e, desta vez, a matrícula consumou-se.”.

O táxi já havia parado à porta do hotel, mas Ambrósio continuou a narrar a sua história de vida ao cliente.

 Passei a ir à escola de manhã e à tarde ia engraxar sapatos, o pouco dinheiro que conseguia entregava-o à mãezinha, ela era já muito velhinha e tinha grande dificuldade em andar. Fiz a sexta classe. Nessa altura, a mãezinha já estava muito doente e eu pensei que tinha de mudar de vida, necessitava de ganhar mais dinheiro para a comida e para os medicamentos da mãezinha e, assim, acabei a lavar carros! Aos quinze anos a mãezinha morreu.
Como os seus três filhos haviam morrido na guerra, fiquei com a casa e a viver sozinho. Com tanto lidar com carros, acabei por acalentar a vontade de aprender a conduzir; fui guardando algum dinheiro e quando fiz dezoito anos tinha o necessário para tirar a carta de condução. Depois, fui pedindo às pessoas que lá punham os carros, a lavar, se me davam emprego como motorista, até que, um dia, um senhor dono de um táxi me convidou para trabalhar com ele e a partir daí nunca mais fiz outra coisa, isto é, ainda consegui concluir o nono ano...”.

Esta é uma história de vida que acaba bem. Mas, a verdade é que a esmagadora maioria das crianças de ninguém, não acaba assim.

Há uma horda imensa de crianças que vagueia, sobretudo, pelas cidades à procura de sustento, sem ninguém que lhes dê teto, colo, carinho, alimento, que lhes transmita os valores da humanidade, que os leve à escola, que lhes trate um arranhão ou, simplesmente lhes dê um beijo. E, por não terem ninguém, nem direito ao registo civil têm. Vivem em pequenos grupos, procurando trabalhos que lhes renda algum dinheiro para comerem uma refeição, por eles cozinhada e, não poucas vezes, os adultos que lhes encomendam as tarefas, no fim do trabalho feito, não lhes pagam e ainda os escorraçam. Assim vivem estas crianças. Escorraçadas por todos e até pela polícia que os devia proteger; atiradas para as periferias onde, para se abrigarem do frio da noite, improvisam um teto com sacos de plástico cheio de furos e onde, inúmeras vezes, os mais novos são violados pelos mais velhos.

O que serão estas crianças quando crescerem?

Não sendo adivinho, e salvo um milagre que acontecerá em raríssimas exceções, a uma ou outra criança, isto para ser otimista, vão ser bandidos sem escrúpulos que matarão, roubarão, violarão e por aí adiante.

Depois vêm as autoridades e prendem-nos  (quando não os matam) e, agora sim, já têm instituições para os acolher. Metem-nos em prisões, na maior parte das vezes, com um número excessivo de pessoas, muitas mais do que as vagas para que esses lugares foram planeadas.
Penso que os governos, quando fazem os orçamentos de estado, deviam fazer estimativas do número de pessoas que em cada ano poderão vir a encontrar-se nestas condições, e orçamentarem as verbas necessárias para responderem humanamente a estas situações. Ao não o fazerem, criam as condições para esta calamidade que está a invadir as cidades: os extremismos e outras coisas terminadas em ismos por esse Mundo.
       
Dir-me-ão que sou pessimista, porque o mundo não é todo assim. Pois, felizmente que não é. Mas a verdade é que o mundo está cheio destas crianças e urge alterar este estado de coisas, se queremos sonhar com um mundo melhor amanhã. E queremo-lo certamente.

O cliente do táxi
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Foto: internet
A frase da foto, penso que não é inédita, desconheço o autor

PENSAMENTO

  “É O COMER QUE FAZ A FOME.   É O CORAÇÃO QUE FAZ O CARÁTER”                    Eça de Queiroz  Imagem: Internet